Barreiras de contenção e sucção foram colocadas em torno do cais para evitar que o óleo se alastrasse
Durante a quarta-feira, duas empresas contratadas pelo Tecon trabalharam na remoção do óleo combustível que vazou do navio de contêineres Monte Sarmiento, de bandeira alemã, no final da tarde de terça-feira (22). A remoção estava sendo feita com o uso de aparelhos que sugam o óleo da superfície da água e deve se estender pelo menos até esta quinta-feira. Conforme informado pelo comandante do navio à Capitania dos Portos, teriam caído na água, na área do cais do Tecon, em torno de 1.000 litros de óleo combustível, mas uma avaliação melhor deve ser feita após a retirada total do produto vazado. O vazamento aconteceu a partir de um acidente com o navio de bandeira alemã. A Capitania dos Portos abriu inquérito para apurar as causas do acidente e ontem começou a ouvir os oficiais do cargueiro.
Por volta das 17h30min de terça-feira, quando atracava no cais do Tecon, o cargueiro bateu no cais e sofreu uma fissura no casco, na altura de um dos tanques de óleo, por onde se deu o vazamento. Segundo a Capitania dos Portos, a fissura foi pequena, de aproximadamente seis centímetros de diâmetro. O Plano de Auxílio Mútuo (PAM) de Rio Grande foi acionado e perto das 20h de terça a fissura estava fechada, emergencialmente, com uma madeira (cunha), e o vazamento contido. Posteriormente, o navio terá que receber reparo melhor. O comandante da embarcação também providenciou o transbordo de parte do produto para outro tanque, o que diminuiu a pressão e favoreceu o estancamento.
Barreiras de contenção e absorção foram instaladas na água, para evitar que o óleo e resíduos do produto se alastrassem. Por volta das 21h de terça, foi iniciada a remoção do óleo. O chefe da Divisão de Meio Ambiente, Saúde e Segurança da Superintendência do Porto (SUPRG), Celso Corradi, informou, ontem, que a situação estava sob controle. Conforme ele, o vento fez parte da mancha de óleo ficar represada embaixo do cais, o que dificultava o trabalho de remoção, tanto que o Tecon mobilizou mergulhadores para verificar a situação da mancha. A operação estava demorada, segundo ele, porque a proporção da mistura de água e óleo sugada era grande e ainda era feita a separação dos dois elementos, sendo que a água seria devolvida ao mar. "O importante é que a mancha ficou contida embaixo do cais. O impacto é só local", destacou Corradi.
A operação estava sendo acompanhada pela Capitania dos Portos e por técnicos do Serviço de Emergência Ambiental (Semab) da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O oceanólogo Lauro Barcelos, diretor do Museu Oceanográfico da Furg e do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), informou que o óleo combustível não atingiu áreas adjacentes e que não houve impacto na fauna. Devido ao acidente, o cais do Tecon está interditado. Desde a noite de terça, não está havendo operações com navios no terminal.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 24/01/2008)