O Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizará neste trimestre um seminário nacional sobre erosão costeira. A base para discussão será o estudo "Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro". Nele, a situação do litoral capixaba foi estudada por três especialistas do Departamento de Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Os pesquisadores são Jacqueline Albino, Gisele Girardi e Kleverson Alencastre do Nascimento. Os autores dividiram o litoral capixaba em cinco setores. No Setor 1 estão Itaúnas, Bugia e Guaxindiba, em Conceição da Barra; no Setor 2, Meleiras, em Conceição da Barra, Barra Seca, em São Mateus, Pontal do Ipiranga e Povoação, em Linhares.
No Setor 3 estão incluídas as regiões de Nova Almeida, Capuba e Manguinhos, no município da Serra; no Setor 4 - Praias de Camburi, em Vitória, Santa Mônica, em Guarapari e Maimbá, em Anchieta; e, no Setor 5 - Praias de Marataízes, em Marataízes, Cações e Neves, em Presidente Kennedy.
Informa o MMA que o seminário nacional sobre erosão costeira terá como base a publicação "Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro", lançada em 2006 pela Gerência de Qualidade Costeira e do Ar (GQCA) do MMA. A decisão sobre a realização do seminário foi tomada durante o último encontro do Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (Gi-Gerco), que faz parte da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, coordenada pelo Ministério da Marinha.
Diz informe do MMA: "A idéia surgiu também a partir da demanda dos estados, que vivenciam a urgência do problema, e como conseqüência direta do livro, considerado marco referencial por conter a primeira medição sistemática da erosão costeira no Brasil", afirma o geógrafo João Luiz Nicolodi, da GQCA.
E que o diagnóstico apresentado pela publicação é contundente: hoje, cerca de 40% dos 8.500 quilômetros do litoral brasileiro sofrem um grave processo de erosão. As causas da erosão são muitas, bem como as tentativas de contê-la. Atualmente, a erosão costeira deve ser avaliada considerando a elevação do nível do mar, em função das mudanças climáticas.
A erosão marinha é agravada pela ocupação desordenada da orla; o déficit de sedimentos (em função da construção de hidrelétricas rio acima, por exemplo); as alterações na dinâmica (ondas e correntes marítimas) costeira; o afundamento de terrenos (que pode ser causada pelo uso desordenado da água subterrânea local), diz o MMA. O ministério aponta ainda que também é preciso considerar que os problemas causados pelo progradação - aumento da faixa de areia, fenômeno oposto à erosão - no litoral brasileiro.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 24/01/2008)