As enchentes no vale do Zambeze já obrigaram à retirada de 81 mil pessoas das áreas inundadas. Segundo um novo balanço, a tendência de estabilização dos rios se mantém. O porta-voz do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), Belarmino Chivambo, disse à Agência Lusa que continua a chegar diariamente uma média de mil pessoas aos centros de realojamento para as vítimas das inundações. A contagem oficial aponta 81 mil pessoas desabrigadas.
Até o momento, foi registrada apenas uma vítima mortal no vale do Zambeze. Em outras regiões do país, mais quatro pessoas morreram arrastadas pelas correntes ou devido a ataques de crocodilos, que proliferam na área devido ao transbordamento dos rios. Em 2001, uma das piores cheias de que há registro no vale do Zambeze, morreram 70 pessoas e 400 mil foram afetadas.
Situação
Chivambo apontou ainda a existência de dificuldades no aprovisionamento de abrigos para alguns deslocados, atribuindo a responsabilidade de tal situação ao complicado processo de aquisição de materiais necessários ao alojamento e à chegada espontânea de alguns afetados.
"As aquisições de materiais de alojamento são feitas fora do país e não internamente e algumas vítimas das cheias deslocam-se voluntariamente para os centros de desalojados, sem terem sido resgatadas pelas equipes de socorro, o que provoca por vezes rupturas no fornecimento dos bens", afirmou o porta-voz do CENOE.
A tendência de estabilização dos quatro principais rios do centro do país e das descargas da hidrelétrica de Cahora Bassa, uma das principais razões das inundações no vale do Zambeze, continuou nas últimas 24 horas, disse Belarmino Chivambo. O volume de descargas da hidrelétrica permanece em 4.800 metros cúbicos por segundo, depois de ter estado a 4.600 metros cúbicos no último fim-de-semana, níveis muito abaixo dos 8.000 metros cúbicos por segundo, que chegou a alcançar nas enchentes de 2007.
(Lusa, UOL, 23/01/2008)