Especialistas em doenças contagiosas advertiram que a ameaça de epidemia de gripe aviária causada pelo vírus H5N1 ou por qualquer outra mutação desse organismo infeccioso continua sendo real. "Fala-se muito sobre vacinar a população contra o H5N1 com a ajuda de vacinas. Devemos fazê-lo, mas é muito caro e talvez a pandemia não seja causada pelo H5N1, mas pelos vírus H7, H9 ou H2", indicou o microbiólogo Albert Osterhaus, do Centro Médico Erasmus da Holanda.
Cerca de 500 cientistas de 40 países participam da conferência realizada em Bangcoc para trocar informação sobre as pesquisas que estão sendo realizadas para desenvolver vacinas contra as diferentes variantes da gripe aviária. Osterhaus, reconhecido nesse campo da investigação, disse que além de armazenar vacinas contra o vírus H5N1, também é recomendável que as autoridades sanitárias tenham reservas de outras vacinas para reforçar seu efeito.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 219 pessoas morreram no mundo todo de gripe aviária desde que o vírus reapareceu no final de 2003 na China. A lista da OMS é a seguinte: Azerbaijão (5 mortos), Camboja (7), China (17), Egito (19), Indonésia (97), Iraque (2), Laos (2), Nigéria (1), Tailândia (17), Turquia (4) e Vietnã (47).
Durante a conferência internacional organizada pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia da Tailândia, os especialistas estudarão até sexta-feira outras iniciativas destinadas a prevenir uma eventual epidemia. "Foram adotadas boas medidas para minimizar os riscos, mas os focos de gripe aviária que surgem são uma prova de que não são infalíveis", disse o ministro de Ciência tailandês, Yongyuth Yuthavong, durante o discurso de abertura da conferência.
As autoridades sanitárias do Vietnã, que com a Indonésia é um dos países mais afetados pela doença, informaram hoje de uma nova morte, com o que já são 48 as pessoas que faleceram no país por causa da gripe aviária. Segundo dados oficiais, o vírus H5N1 da gripe aviária matou na Indonésia 97 das 120 pessoas que contraíram a doença desde 2005, quando foi detectado o primeiro caso.
(Efe, UOL, 23/01/2008)