Um bote do Greenpeace com dois ativistas atrasou, na manhã desta terça-feira, o reabastecimento ilegal do navio-fábrica baleeiro Nisshin Maru pelo cargueiro Oriental Bluebird, de bandeira panamenha. Depois de quase ficarem presos entre os dois navios, os ativistas ainda conseguiram documentar a transferência de caixas de carne de baleia para o cargueiro.
A região em que a frota baleeira se encontra é protegida por diversos tratados internacionais. Ao abastecer nessa região, o Nisshin Maru está colocando em risco toda a integridade do ambiente marinho antártico. Além disso, o Oriental Bluebird, que leva a bandeira do Panamá, não possui autorização de seu país para operar como parte da frota baleeira. Ambos, Panamá e Japão, são signatários do acordo firmado para impedir a poluição dos oceanos (o Marpol).
"O Panamá é parte da América Latina, único continente que não caça e nem promove caça de baleias. O país, que já teve postura conservacionista na última reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB), deveria seguir o exemplo do bloco latino americano e não permitir que seus navios apóiem atividade ilegal no Santuário de Baleias Antártico”, afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de baleias do Greenpeace Brasil, a bordo do Esperanza.
Pouco antes do abastecimento, duas embarcações da frota baleeira japonesa passaram mais de uma hora realizando manobras em volta dos pequenos botes infláveis do Greenpeace, a fim de prejudicar os ativistas e mantê-los longe do Nisshin Maru e do Oriental Bluebird.
Enquanto isso, a tripulação do Esperanza observava o Oceanic Viking, navio do governo australiano, aparecer no horizonte. Agora, mais um navio encontra-se próximo ao Nisshin Maru para impedir a caçada de baleias - e há 11 dias nenhuma delas é morta na Antártica.
(Envolverde/Greenpeace, 23/01/2008)