Para a prefeita de Santarém, Maria do Carmo, o Brasil tem uma dívida social de muitos anos com a Amazônia, principalmente pela ausência do Governo Federal, que sempre foi histórica. Falando também na chegada do ministro à cidade, ela considerou que esse passivo social de longas décadas do governo federal com a região, tem diminuído no governo Lula. "Eu acho que nunca a presença do Governo Federal foi tão grande na Amazônia como agora e nunca houve uma preocupação de tentar o desenvolvimento a partir da Amazônia, como agora. Nós todos sabemos o quanto nós já fomos vítimas de projetos sociais pensados em Brasília e no exterior".
A prefeita considerou que o problema da região não é a falta de planos. "Nós conhecemos os nossos problemas e sabemos quais as soluções. O que eu espero, com a vinda do ministro aqui, é que ele possa fazer cumprir mais de dez planos de desenvolvimento econômico e social pensados para a região a partir daqui, que já existem, onde já foram tomados os cuidados ambientais. Então falta só colocar em prática. Nós, amazônidas, precisamos que seja definido logo esse modelo de desenvolvimento econômico e social para que a gente possa pensar em começar a implantar."
Para ela, o governo Lula avançou muito no sentido de perceber que as grandes obras de infra-estrutura para Amazônia não vão mais causar os impactos ambientais que todo mundo achava que eles iriam causar. "De modo que agora, o Governo Federal tem que decidir fazer essas obras. Elas precisam sair do papel e se tornarem realidade. A Santarém-Cuiabá é uma delas", destacou.
ExércitoO comandante da 12ª Região Militar (Comando Militar da Amazônia), General Ítalo Fortes Avena, presente na comitiva do ministro Mangabeira Unger, atribuiu os atrasos nas obras de asfaltamento da rodovia Santarém-Cuiabá, trecho entre Santarém e Rurópolis, à demora na liberação das licenças ambientais para a obra. "Os problemas que ocorreram foram por questões ambientais (licenças) que demoraram a sair e foi sendo liberado por parte. Saiu licença para supressão vegetal, mas não saiu pra jazida. Na fase inicial, é complicada. Nós confiamos plenamente que o Bec possa deslanchar a obra nos próximos meses", disse.
O general também disse que o Exército está preparado para tocar as obras de asfaltamento da rodovia, caso houver uma decisão política do governo em executar o serviço. "Temos a mão de obra, mas a decisão é do governo. Lógico que precisamos de recursos e sem ele ninguém faz nada". Ele considerou que a Santarém-Cuiabá é importante para o governo e estratégica para o Exército. "É fundamental que nós tenhamos essa via, que além da possibilidade de ter a parte econômica, tem a estratégica. Sem dúvida, pelo aspecto brasileiro e patriota, sempre torcemos para viabilizar a BR, pois sabemos que é importantíssima para o desenvolvimento do país", destacou.
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Diário do Pará, 22/01/2008)