Via no Rio Branco está cheia de sujeira colocada pelos próprios moradores.
Transitar na rua Dom João Becker, no bairro Rio Branco, transformou-se em uma tarefa difícil para os moradores das proximidades. Isso porque o lixo, que começou em um terreno baldio próximo à esquina com a rua Santa Clara, tomou conta da via. No local podem ser encontrados restos de comida e construção, móveis velhos, sacos plásticos, garrafas pet e até animais mortos. A situação se tornou ainda mais grave no último sábado, quando alguns moradores, em protesto à situação do local, bloquearam o acesso à via pela rua Santa Clara.
Por causa do obstáculo, fica impossível de os veículos entrarem na Dom João Becker. O carro da reportagem parou um pouco depois da esquina com a Edgar Fritz Müller para ter acesso ao local. Assim que chegaram, a equipe flagrou o momento em que o morador de um condomínio jogou uma sacola cheia de lixo na via e voltou para o interior do residencial.
O aposentado Jorge Saraiva da Silva, 65 anos, tentava passar com sua bicicleta no lugar. Perplexo, ele procurava entender o que via. “Não é a primeira vez que vejo lixo aqui, mas é a primeira vez que vejo a situação desse jeito. É ridículo, a população deveria cuidar mais das ruas”, comentou. O vigilante Francisco Clemente dos Santos, 40, também não conseguia achar o motivo de tamanha sujeira. “É uma falta de respeito os próprios vizinhos fazerem isso. O ser humano não tem mais capacidade de conviver em sociedade. Alguém tem que parar isso”, afirmou.
A revolta é sentida pelo serviços gerais Daniel Leonhrdt, 26. Ele mora no local há cerca de 15 anos e já convive com o lixo há tempo que sequer recorda o número em anos. “Está cada vez pior a sujeira nesta localidade. Tenho uma distribuidora de frios aqui defronte ao lixão. O cheiro é insuportável. A Prefeitura vem aqui e sempre limpa, mas em poucos dias já está tudo sujo novamente.”
O diretor do Departamento Municipal de Serviços Públicos, Cristiano Marques, garantiu que uma equipe da Prefeitura iria ao local ontem para retirar a sujeira e desbloquear a via. Ele afirma que a rua é um dos pontos críticos do bairro e que costumeiramente é limpa pela Prefeitura. O problema é que, conforme
ele, a população não contribui com o trabalho. “A gente procura manter limpo sempre, mas a demanda no local é grande. A própria população precisa se conscientizar.”
Marques explica que é impossível colocar uma pessoa para fiscalizar o lugar diariamente, mas seria o ideal. “A fiscalização seria ideal para cuidar, notificar e tomar as providências necessárias para evitar o problema, mas é complicado.”
(Por Daiane Poitevin, Diário de Canoas, 22/01/2008)