Pesquisadores norte-americanos criaram um aparelho para uso pessoal que monitora as condições do ar em volta de pessoas propensas a terem ataques de asma. O sensor, que cabe nos bolsos de um colete, deve ajudar os cientistas a analisarem melhor as causas da doença. O aparelho, desenvolvido pelo Georgia Tech Research Institute (GTRI), mede no ar as concentrações de formaldeídos, dióxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio.
Também leva em conta a temperatura, a umidade relativa do ar, o nível de partículas e os índices de compostos orgânicos voláteis - substâncias emitidas por produtos como tintas, produtos de limpeza e pesticidas, entre outros.
Apesar de os cientistas ainda não terem desvendado completamente as causas dos ataques de asma, os médicos consideram que o pulmão desses pacientes respondem de forma "exagerada" a estímulos ambientais --em reação à presença de certas substâncias no ar, por exemplo.
Durante um ataque de asma, os vias respiratórias tendem a ficar inflamadas, causando uma certa contração. Com isso, a respiração fica bastante prejudicada. "Nós estamos estudando se é possível voltar ao momento anterior ao ataque de asma e ver o que estava acontecendo no ambiente antes que o ataque começasse", afirma Charlene Bayer, cientistas da GTRI.
Portabilidade
O aparelho foi desenvolvido para caber no bolso de um colete e também para ficar na cama do voluntário, durante a noite. No outro bolso, um dispositivo elétrico vai medir as funções pulmonares de maneira periódica. Quando houver um ataque de asma, será possível mensurar o momento em que ele ocorreu e quais eram as condições químicas do ar naquela hora.
O sistema foi testado em seis voluntários, para analisar se o colete era confortável e se os sensores funcionam a contento. De acordo com os pesquisadores, o mecanismo já trouxe benefícios para um deles: foi detectado que os níveis de compostos voláteis na casa dele estavam em níveis muito elevados.
Isso ocorria em razão de haver um defeito no piso da residência que permitia que a fumaça que saía do escapamento de veículos na garagem passasse para as áreas de convivência. Agora, Bayer espera desenvolver uma versão menor do aparelho para uso em crianças, de forma a medir as condições do ar a que elas estão expostas em casa e na escola, por exemplo.
(Folha Online, Ambiente Brasil, 23/01/2008)