O governo japonês vai propor o aumento a partir de 2013 do máximo permitido de emissões de CO2, para facilitar a obtenção das metas internacionais de redução de gases que causam o efeito estufa, afirma na segunda-feira (21/01), o jornal The Japan Times. O primeiro-ministro, Yasuo Fukuda, pode anunciar esta decisão no próximo sábado, durante seu discurso no Fórum Econômico Mundial, que acontece todos os anos na cidade suíça de Davos.
A proposta de Tóquio seria a de aumentar o nível mínimo de emissões de dióxido de carbono permitidos até 2013, quando termina a vigência do Protocolo de Kyoto, que pede que os principais países industrializados reduzam seus gases poluentes em até 8%. Segundo o governo japonês, a redução da emissão deve ter como base o ano 2000 ou algum posterior, e não 1990, como estabelece o Protocolo de Kyoto, a fim de tornar o compromisso mais aceitável para os países que geram uma maior quantidade de gases poluentes.
Apesar de seu desejo de liderar a luta mundial contra a mudança climática, o Japão ainda está longe de alcançar seu compromisso de reduzir em até 8% o nível de suas emissões poluentes em 2012, em relação às registradas em 1990. As autoridades japonesas ainda não decidiram se devem propor o estabelecimento do ano 2000 ou o de 2005 como referência, e por enquanto se limitam a falar de reduzir "os níveis atuais", segundo o Japan Times.
As emissões de dióxido de carbono a partir do ano 2000 foram superiores às de 1990, ano utilizado como referência durante a assinatura do Protocolo de Kyoto. No entanto, esta proposta pode se deparar com a oposição durante a reunião do G8 (países mais industrializados e a Rússia), que acontece de 7 a 9 julho no Japão.
Espera-se que Fukuda também anuncie na próxima semana um plano de investimento de 1 trilhão de ienes (US$ 9,113 bilhões) em cinco anos para ajudar os países em desenvolvimento a combater a mudança climática. Apesar das dificuldades do Japão para cumprir os compromissos estabelecidos em Kyoto, Fukuda disse em várias ocasiões que quer que seu país "lidere o debate internacional" sobre a mudança climática.
(Estadão Online, Ambiente Brasil, 22/01/2008)