ONGs AMBIENTALISTAS ALVOS DE CPI SEGUEM IMPUNES
2001-12-21
Diversas Organizações Não-governamentais (ONGs) da área ambiental do Norte do país cujas irregularidades foram denunciadas ao Senado continuam atuando normalmente, mesmo depois de aberta a CPI das ONGs a pedido do senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR). Esta CPI está com seus trabalhos temporariamente parados devido ao recesso parlamentar e o prazo para a apresentação de um relatório dando conta dos trabalhos foi prorrogado para 28 de junho de 2002. Pelo menos quatro ONGs estão sendo investigadas sob conhecimento público. Uma delas é a Associação Amazônia, com sede em Manaus, que se dedica a projetos de pesquisa e documentários sobre a região. Conforme a assessoria parlamentar de Mozarildo Cavalcanti, a principal denúncia contra esta entidade diz respeito grilagem de 172 mil hectares de terras públicas na região do Baixo Rio Branco, na fronteira entre Amazonas e Roraima. Esta organização também é acusada de cercear o direito de ir e vir das comunidades locais, provocando conflitos entre grupos. Estão sendo investigados o sueco Christopher Julian Clark, o argentino Hector Garibotti e o brasileiro Plínio Leite da Encarnação, que integram a Associação Amazônia. Segundo a assessoria do senador, esta entidade já sofreu CPIs em níveis municipal e estadual, sendo que, nessas investigações, foram comprovadas diversas irregularidades. Mesmo assim, a ONG está atuando normalmente. Sequer sanções administrativas foram movidas contra ela, pesar da ação intensa do Ministério Público no caso. A Polícia Federal do Amazonas também está de olho nas denúncias. O inquérito está sob os cuidados do delegado Nivaldo Farias de Almeida.