Mesmo com área demarcada pela Patram, garrafas e restos de alimentos são colocados nos ninhos
Imbé - As corujas são realmente o assunto do verão e novamente estão no centro do debate. Um ninho, que fica localizado na Avenida Osório, junto à Rua Porto Alegre, em Imbé, está sendo alvo de vândalos, que vêm jogando lixo na área demarcada pela Patrulha Ambiental do Litoral Norte (Patram) para a proteção dos animais. Na manhã de ontem (20), uma das corujas apareceu morta, mas ainda não se sabe se o caso tem ligação com o ato de vandalismo.
De acordo com o tenente do Primeiro Batalhão Ambiental da Brigada Militar, Claudiomir da Silva Pedro, em uma demonstração de falta de consciência ecológica, algumas pessoas vêm colocando garrafas pet na entrada do ninho das corujas. ‘‘Elas já fazem um ninho subterrâneo, que pode chegar a três metros de profundidade. Há pessoas que, por pura maldade, impedem a entrada ou saída destes animais de seus ninhos’’, conta. ‘‘Isto vem nos preocupando’’, salienta ele, observando os animais em mais uma visita à área. ‘‘Além das garrafas de plástico, já encontramos sacos, pedaços de vidro e restos de alimentos. Isto é uma agressão ao meio ambiente’’, completa.
Veranistas antigos de Imbé afirmam que as corujas já usam o local há muitos anos para fazer os seus ninhos. O aposentado de Camaquã João Luiz da Silveira, 57 anos, teme pelos animais. "Já vimos uma pessoa acertando uma das corujinhas com um tijolo. Também ficamos com medo, já que elas saem para buscar alimentos e, muitas vezes, ficam no meio da rua, podendo ser atropeladas", ressalta.
O cercado em torno do ninho foi colocado em agosto do ano passado, em parceria com a prefeitura. "Sentimos esta necessidade em razão de denúncias que recebemos de ataques de corujas, mas elas estavam apenas querendo proteger o seu território", diz Claudiomir. Entre as dicas, o tenente destaca que as pessoas devem manter uma distância mínima de dois a três metros das corujas. "Além disso, pedimos que não dêem restos de alimentos às aves. A natureza delas é buscar a própria comida", finaliza.
(Por Camila Borowsky, Jornal VS, 19/01/2008)