Ministro Gilberto Gil vai ao evento e fala em apoio para a moda. Cavalera leva modelos para desfilar no Rio Tietê entre lixo e mau cheiro
O ministro da Cultura Gilberto Gil veio à São Paulo Fashion Week falar de apoio governamental para a moda – tanto em relação à criação de leis de incentivo para projetos na área, como a inclusão de cursos específicos nas universidades federais, quanto na ajuda para divulgar e incentivar o trabalho de criadores e produtores da moda nacional. Para ele, este é um setor que pode ajudar a incrementar a economia brasileira, uma vez que envolve muita gente em todos os seus processos.
Quanto à ausência quase que total de modelos negros na passarela, Gil falou que vivemos ainda uma segunda escravidão e que não só os negros, mas índios, são minoria nas universidades, na política e em outros setores relevantes da sociedade.
Sobre estilo, Gil – que vestia um terno Prada com camiseta preta – se disse vaidoso desde criança e que “elegância não está restrita a nenhuma classe social”.
Cavalera
A Cavalera fez neste domingo (20/1) de manhã um desfile às margens do rio Tietê. Para assistir, fashionistas tiveram de subir num barco que faz passeios pelo rio, vestir uma capa para se proteger da chuva que cai em São Paulo desde sábado e uma máscara para suportar o mau cheiro.
Do lado de fora do barco, os modelos desfilaram em meio à lama e à sujeira uma seleção feita de roupas criadas a partir de peças de antigas coleções recicladas. O resultado foi uma moda muito bonita, com muito xadrez, estampas baseadas no símbolo de energia nuclar, cores sujas e metalizados. As formas eram largas e longas, deixando o corpo bem livre.
O fato curioso é que o desfile virou motivo de preocupação para o pessoal que está trabalhando na São Paulo Fashion Week. É que, desde que alguns atores que participaram do espetáculo BR3 do Teatro de Vertigem – feito no mesmo barco – disseram ter ficado doentes pela exposição à poluição do rio, o medo de uma invasão de bactérias aos tripulantes do barco aumentou e a debandada foi grande. Para explicar que a capa e a máscara já seriam mais do que suficientes para a proteção, médicos infectologistas foram chamados e entrevistados. O risco real era só de quem resolvesse tocar na água ou em algum objeto que estivesse nela.
(Gazeta do Povo, 21/01/2008)