O município de Redenção, no sul do Pará, já registra 115 casos suspeitos de dengue, todos identificados na primeira quinzena de janeiro. Até o momento, já foram confirmadas duas mortes, ambas por dengue hemorrágica.
“Não é surto, mas é considerado estado de alerta. Passamos por um período de chuvas, com muitos focos da doença”, garantiu a técnica do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará, Isa Cláudia Cruz.
Entre novembro e dezembro de 2007, oito pessoas morreram após serem infectadas com dengue hemorrágica em Redenção. Ao todo, a cidade registrou 72 casos da doença durante o período.
Isa Cláudia garante que o município é uma das prioridades no estado para ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Para o diretor técnico do Hospital Público de Redenção, Rodolfo Skrivan, o aumento dos casos de dengue na cidade foi uma surpresa. Ele destacou as dificuldades para frear a proliferação do mosquito.
“Foram tomadas e intensificadas medidas para conter um surto maior dos casos de dengue. Não tem só a questão do fumacê, você tem que atacar o criatório, evitar reservatório de água, limpar terreno, orientar famílias em suas casas para que cada um atue”.
A orientação de Skrivan é para que os habitantes de Redenção, e de qualquer outro município que passe por situação endêmica semelhante, não façam auto-medicação e procurem um posto de saúde para um diagnóstico adequado.
A cidade de Ananindeua, próxima à capital Belém, já registrou uma morte por dengue hemorrágica este mês e, segundo Isa Cláudia, também está na lista de prioridades do governo.
Na capital do estado, Belém, já existem 55 suspeitas de casos de dengue, todas no mês de janeiro. Cinco casos foram confirmados para dengue hemorrágica e nenhuma morte foi registrada até o momento.
A Secretaria de Saúde do Pará informou que o estado já possui 432 casos confirmados de dengue apenas em janeiro e um total de três mortes.
Em 2007, levantamento parcial aponta para 16.876 ocorrências da doença no estado. Esse número pode aumentar, já que alguns municípios ainda estão cadastrando os casos. Do total registrado no ano passado, 75 foram de dengue hemorrágica, com um total de 15 mortes. Em 2006, o registro foi de pouco mais de 9,3 mil ocorrências em todo o estado.
No último dia 11, uma parceria firmada entre a secretaria e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) reforçou as ações de combate à dengue na região metropolitana de Belém com a filmagem aérea de quatro bairros da cidade para a identificação de possíveis áreas de proliferação do Aedes aegyti. Os bairros Nazaré, Batista Campos, Jurunas e São Brás fazem parte das 14 áreas com maior incidência de dengue na capital.
(Por Paula Laboissière, Agência Brasil, 18/01/2008)