A principal usina elétrica da Faixa de Gaza começou a parar de funcionar neste domingo (20). A interrupção teria sido provocada por falta de combustível, provocada pelo fechamento da fronteira pelas autoridades de Israel. A medida israelense foi tomada em represália ao contínuo lançamento de mísseis de Gaza, e suspendeu o fornecimento de praticamente todas as importações para a Faixa.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a suspensão das operações da principal usina elétrica de Gaza pode ter um impacto devastador sobre a população de cerca de 1,5 milhão de palestinos. Israel afirma que Gaza tem reservas de combustível suficientes e que o fechamento da usina é desnecessário.
A Autoridade Palestina para Energia (APE) afirmou que duas das turbinas da usina pararam na manhã deste domingo e que ela deve sair totalmente de funcionamento nas próximas 24 horas.
Hospitais e frigoríficos
A APE disse também que mais de um milhão de palestinos devem ser afetados por apagões, que também devem atingir hospitais, estações de tratamento de esgoto e frigoríficos. Metade da eletricidade para a Faixa de Gaza deve continuar a ser fornecida por Israel. No entanto, a região atravessa justamente a época de mais alto consumo de energia, durante o inverno.
A ONU já alertou Israel de que o fechamento das fronteiras deve apenas aprofundar a crise que a região já atravessa. A maior parte dos habitantes de Gaza já depende de ajuda humanitária para sobreviver.
'Exageros'
No entanto, o ministro do Exterior israelense, Arye Mekel, afirmou que a situação do território não é tão grave quanto os palestinos afirmam. "Eles têm interesse em exagerar", disse Mekel.
Merkel disse que Israel cumpre as responsabilidades com os seus próprios cidadãos, e que o fechamento de fronteiras tem a intenção de pressionar as autoridades palestinas a interromperem as atividades de militantes.
"A bola está com eles", disse Mekel. "Se pararem os mísseis hoje, tudo vai voltar ao normal." As fronteiras entre Israel e Gaza foram fechadas na quinta-feira, depois de uma escalada de violência de militantes.
(BBC, 20/01/2008)