O Grupo Linde, a RWE Power e a BASF estão desenvolvendo em parceria um novo processo de captura de CO2 dos gases de combustão em plantas movidas a queima de carvão. A parceria, acertada no final de setembro de 2007, compreenderá a construção e operação de uma unidade-piloto na planta da RWE Power movida à queima de linhita em Niederaussen, Alemanha, para testar novos desenvolvimentos e solventes da BASF para captura de CO2.
"Estamos assumindo os desafios da proteção ao clima e queremos ser pró-ativos em impulsionar todas as opções disponíveis para a redução e a eliminação do CO2. Estamos convencidos de que, juntos com os nossos parceiros, em breve vamos desenvolver o processo para a maturidade comercial da captura de CO2, para que esta tecnologia possa ser empregada no futuro nas atuais e nas novas plantas movidas a queima de carvão", afirmou Johannes Lambertz, membro da diretoria da RWE Power responsável por plantas movidas por combustível fóssil.
"A BASF faz pesquisa mundial sobre produtos destinados a conservar recursos e energia. Ao participarmos desta cooperação com a RWE Power e a Linde, estamos contribuindo com a nossa ampla capacitação em tecnologia de captura de CO2. A nossa pesquisa procura encontrar um solvente sustentável para a captura eficiente do CO2", afirmou o Dr. Stefan Marcinowski, responsável por pesquisa e membro da diretoria da BASF.
"Esta promissora parceria de três importantes empresas pode proporcionar um grande avanço na proteção ao clima", afirmou o Dr. Aldo Belloni, membro da diretoria executiva da Linde AG. "A Linde espera ajudar a reduzir as emissões onde for possível. As nossas atividades incluem contínuos melhoramentos na eficiência dos nossos projetos de plantas para o benefício dos nossos clientes, nos métodos de captura de CO2 e também nos sistemas de reciclagem e na produção de alternativas de combustíveis ambientalmente amigáveis".
O objetivo da unidade-piloto é o teste de longo prazo de novos solventes, visando adquirir um entendimento da engenharia de processos e plantas para melhorar a tecnologia de captura de CO2. A nova tecnologia poderá remover mais de 90% de CO2 do gás de combustão numa planta e, consequentemente, armazenar este gás no subsolo. Completada com sucesso a fase de testes, o próximo passo será a construção, em 2010, de uma fábrica de demonstração e comercialização do novo processo. A RWE Power estabeleceu um orçamento de cerca de 80 milhões de Euros para o desenvolvimento do processo, incluindo a construção e a operação da unidade piloto e a planta de demonstração.
"Há acordo entre os especialistas", afirmou Lambertz, "de que o carvão de pedra continuará sendo um importante pilar do fornecimento global de energia nas próximas décadas. É por isso que nós lançamos uma estratégia de longo prazo para a eliminação do CO2: estamos construindo as mais eficientes plantas movidas a queima de carvão de pedra no mundo e estamos desenvolvendo uma nova geração de plantas de energia para o futuro, com uma eficiência superior a 50%. Já estamos projetando todas as nossas modernas plantas movidas a queima de carvão de pedra de tal maneira que elas possam ser eventualmente equipadas com a tecnologia de captura de CO2 que está sendo desenvolvida atualmente com a BASF e a Linde. A meta tem que ser a de lançar não somente plantas muito modernas em 2020 mas também plantas movidas a queima de carvão de pedra virtualmente neutras em CO2, incluindo o armazenamento".
Separadamente do método da assim chamada esfrega de CO2, a RNE Power está também desenvolvendo a primeira planta movida a carvão mineral neutra em CO2 com transporte e armazenamento, baseada no processo integrado de gasificação por cliclo-combinado (IGCC - Integrated Gasification Combined-Cycle Process). Esta planta de 450 MW está prevista para entrar em regime em 2014, embora não haja ainda decisão sobre onde será localizada. Tendo como alvo a proteção ao clima, a RWE Power também decidiu expandir energias renováveis por toda a Europa, com foco na geração de energia elétrica a partir da água, do vento e da biomassa. A RWE e a BSF envolveram-se desde o começo de 2004 no projeto CASTOR, um projeto de pesquisa que é patrocinado pela União Européia (EU) e que procura encontrar métodos de remover o CO2 de gases de combustão e de como armazená-los. O projeto é também patrocinado por diversas entidades européias: universidades, institutos de pesquisa, autoridades públicas e empresas industriais, incluindo renomados operadores de plantas de energia, empresas de óleo e gás e fabricantes de plantas.
(Linde,
Carbono Brasil, 17/01/2008)