O Projeto Nacional de Habitação para Pescadores, viabilizado por uma parceria entre a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal (CEF), já tem resultados concretos em Rio Grande. Parte das 132 casas próprias para pescadores a serem construídas no Município, cujos contratos foram assinados em maio do ano passado, está pronta e sendo utilizada pelos proprietários. E outras estão em construção. Na Ilha dos Marinheiros, por exemplo, das 41 casas programadas, 30 estão prontas. São casas de 32 metros quadrados, cada,de alvenaria, com banheiro, cozinha e dois quartos.
A pescadora Berenice Rosa Fizz, 48 anos, da Ilha dos Marinheiros, está entre os que já estão com a casa pronta e está residindo na nova moradia desde outubro passado. Até então, ela e o filho de 15 anos residiam em um pequeno imóvel de madeira, de apenas duas peças - quarto e cozinha. Berenice disse estar contente com a nova residência, que "é maior, mais arejada e tem banheiro". Sem a ajuda, conta que não teria condições de fazer a construção e "queria muito uma casa assim". A contrapartida de R$ 600, exigida no projeto, foi conseguida com os recursos do seguro-desemprego pesca. "Agora é continuar trabalhando para melhorar mais", observou ela.
O casal Márcio Jesus Barros Bastos e Beatriz Perazza, e o filho Michel, seis anos, da Ilha dos Marinheiros, também já residem na casa própria adquirida por meio do projeto nacional. Assim como Berenice, deixaram a moradia de duas peças de madeira em outubro e foram para a nova casa. "Melhorou tudo. A casa é maior. Tem banheiro. É muito boa", salientou, acrescentando que na residência antiga não tinha banheiro e nem lugar para colocar a cama do filho. Márcio falou que, antes, sonhava com uma casa melhor, mas demoraria muito para conseguir se não tivesse contado com esse auxílio do Programa Nacional de Habitação para Pescadores, pois a pesca tem sido ruim.
As outras 91 casas contratadas para Rio Grande são destinadas a pescadores dos bairros São Miguel, Bosque e Bernadeth, sendo que 30 destas estão em construção e oito prontas. O projeto tem apoio da Cooperativa Crenor e da contribuição do Serviço de Patrimônio da União (SPU), que autorizou 8,5 mil, a fundo perdido, e mais R$ 2,1 mil destinado a um fundo garantidor. A contrapartida do beneficiado - no valor de R$ 600, visa o pagamento à cooperativa pela elaboração do projeto e auxílio na obra de construção, que tem a ajuda dos pescadores contemplados. Os recursos utilizados no projeto são do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
(Por Carmem Ziebell,
Jornal Agora, 18/01/2008)