A Votorantim Celulose e Papel (VCP) registrou lucro líquido de R$ 838 milhões em 2007, que foi recorde para a empresa e ficou 27% acima do obtido em 2006, de R$ 658 milhões. No quarto trimestre de 2007, o lucro líquido da empresa foi de R$ 191 milhões, 10% superior ao mesmo período de 2006. O ano de 2007 foi de profundas mudanças operacionais e estratégicas na VCP, que tiveram como foco a trajetória de crescimento da empresa para alcançar a marca de quatro milhões de toneladas de celulose em 2012 e seis milhões em 2020.
Os fatores que contribuíram para o desempenho positivo da VCP foram os ganhos com a restruturação dos ativos de papel - que inclui a joint venture com a Ahlstrom, a venda das unidades não-estratégicas, como as de Mogi das Cruzes, Cubatão, Limeira e Embu - e o maior resultado financeiro impulsionado pela apreciação do Real. O quarto trimestre foi marcado pelo volume recorde de venda de celulose, com 304 mil toneladas comercializadas, 13% acima do terceiro período e 16% superior aos últimos três meses de 2006.
Pela primeira vez, a receita de celulose ultrapassa a do papel, representando 55% das vendas da VCP. No ano de 2007, a VCP manteve nível expressivo de faturamento de R$ 2,6 bilhões, sendo 54% proveniente do mercado interno. O Ebitda fechou em R$ 880 milhões em 2007. No ano anterior, o índice foi de R$ 1,113 milhão. A redução deve-se ao impacto negativo da variação cambial nas exportações, ao menor volume de vendas de papel - em função da restruturação dos ativos - e à queda dos preços locais do produto. Desde o começo dos anos 90, o indicador Ebitda é utilizado para analisar o potencial de caixa de um negócio.
Custo menor na produçãoO custo de caixa da produção de celulose voltou a cair, passando de R$ 535,00 por tonelada no terceiro trimestre para R$ 466,00 no quarto período. A redução de 13% ocorreu devido à queda nos custos variáveis e do menor custo fixo comparado ao da parada para manutenção de setembro de 2007. O volume de vendas totalizou cerca de 1,6 milhão de toneladas, sendo 1,1 milhão de toneladas de celulose e 500 mil toneladas de papéis. Houve queda de 1% em relação a 2006, em razão do reposicionamento dos negócios VCP.
Foram investidos R$ 674 milhões em 2007, dos quais 38% em modernização, expansão e manutenção e 62% destinados à área florestal, com a aquisição de terras e a implantação e a manutenção de florestas (veja mais em anexo). O Lucro por Ação (LPA) da VCP teve variação positiva de 27% em 2007 em relação a 2006, ficando em R$ 4,10. As ações preferenciais da empresa tiveram valorização de 34% no mesmo período.
Saiba aindaCelulose O mercado global de celulose permaneceu favorável no quarto trimestre de 2007, impulsionado pela forte demanda principalmente da Ásia e da Europa e pela oferta reduzida devido aos baixos estoques mundiais. O cenário contribuiu para aumento nos preços em todas as regiões em outubro, de 20 a 30 dólares por tonelada e em dezembro, 30 dólares por tonelada.
As vendas de celulose em 2007 aumentaram 17% em relação ao ano anterior. Comparadas ao mesmo período do ano passado, as vendas no mercado interno foram 59% superiores no quarto trimestre de 2007. Em relação ao terceiro trimestre, houve aumento de 45%. No mercado externo, elas foram 6% superiores no quarto trimestre, com preço 6% inferior em relação ao mesmo período de 2006, em razão da valorização do Real. Comparado ao terceiro trimestre, o volume de vendas aumentou 4%.
PapelO desempenho do negócio com papel da VCP, em 2007, refletiu o posicionamento estratégico da empresa, com foco em papéis de alto valor agregado e investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas aplicações de celulose e papel.
As vendas de papéis da VCP apresentaram volume 25% inferior ao de 2006, em função dos movimentos estratégicos da empresa. Das cerca de 500 mil toneladas comercializadas, 80% foram destinadas ao mercado interno, onde a melhora sazonal da demanda foi compensada pela transferência de volumes para a joint venture, resultando em queda de 13% em relação ao terceiro trimestre. No mercado externo, o volume de vendas para exportação diminuiu 5% e 75% em relação ao terceiro trimestre de 2007 e ao quarto de 2006.
Região inserida nos planos de crescimentoCom investimento inicial estimado em 1,3 bilhão de dólares, para produção de um milhão de toneladas de celulose/ano, a VCP projeta para 2011 a implantação da sua fábrica na Zona Sul do Estado. A produção será destinada preferencialmente aos mercados europeu e asiático, mas também ao norte-americano.
No Porto de Rio Grande, deve ser instalado um terminal privativo para estocagem e escoamento da produção. Hoje, a região já recebeu investimentos da VCP com a implantação de sua base florestal em 30 municípios. Nos próximos cinco anos, a meta é atingir 140 mil hectares plantados - 50% com eucaliptos. No Capão Leão, foi instalado o viveiro com 20 hectares, para produzir 30 milhões de mudas/ano.
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Diário Popular, 18/01/2008)