O governo fará leilões de energia para contratar usinas térmicas que funcionarão como uma espécie de reserva para o setor elétrico: só entrarão em operação em caso de escassez de chuvas ou problemas nas outras usinas. A regulamentação da contratação de energia de reserva foi publicada hoje no "Diário Oficial".
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, a regulamentação já estava prevista e não tem relação com a crise provocada pela falta de chuvas. O ministro explicou que a conta para a contratação de usinas de reserva será repartida com todos os consumidores do país.
"Vamos dimensionar uma quantidade de energia que pode ser contratada a mais e o consumidor vai pagar uma quantidade extra", declarou Hubner, que garantiu que o impacto na conta de luz será pequeno.
O primeiro leilão para contratação de reserva será feito no fim de abril, para a compra de energia produzida por termelétricas a base de biomassa (principalmente de bagaço de cana-de-açúcar). De acordo com o ministro, serão contratados em torno de 2 mil MW (megawatts).
Hubner explicou que, apesar dessas usinas funcionarem como reserva de segurança, elas podem acabar entrando em operação antes de outras mais caras, como as de óleo diesel. Isso porque o modelo do setor elétrico determina que, quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas atingirem determinado nível, as termelétricas comecem a ser acionadas, por ordem de preço, da mais barata para a mais cara.
"As a óleo têm custo muito elevado, foram contratadas em leilão, mas devem ter um papel de reserva. Com a biomassa terá um efeito inverso", afirmou.
(Lorenna Rodrigues,
Folha Online, 17/01/2008)
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