O nível dos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste atingiu o limite de segurança estabelecido pela curva de aversão ao risco (CAR). As barragens mantiveram, pelo segundo dia consecutivo, 44,8% de sua capacidade de armazenamento de energia, mas a CAR sobe diariamente esta época do ano, o que provocou o encontro entre as duas curvas. No início do ano, a diferença entre o nível real dos reservatórios e o limite mínimo de segurança era de 9,5 pontos porcentuais.
A curva de aversão ao risco foi criada após o racionamento de 2001, com o objetivo de forçar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a poupar água para o período seco, que começa no final de abril e vai até novembro. O governo já vem anunciando medidas para evitar uma queda ainda maior do nível dos reservatórios, como o acionamento de térmicas a gás natural e óleo combustível. Essas usinas, porém, vêm gerando menos do que o previsto, na maior parte das vezes por problemas de abastecimento de combustível.
Segundo o informativo diário da operação do ONS, as térmicas convencionais - movidas a carvão, óleo ou gás - foram responsáveis para inserção de 4.173 megawatts (MW), cerca de 700 MW a menos do que o programado pelo operador do sistema. As térmicas Mário Lago e Barbosa Lima Sobrinho sequer entraram em operação por falta de gás natural. Em compensação, a Petrobras vem gerando mais do que o previsto no Nordeste, com as usinas Termopernambuco e Rômulo Almeida, porque há volumes de gás excedentes na região.
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A Tarde, 17/01/2008)