Duas unidades gaúchas, em Alegrete e em Canoas, serão acionadasEntre as oito termelétricas que começam a operar nos próximos dias para poupar as reservas de água das hidrelétricas, duas estão situadas no Rio Grande do Sul: Alegrete, na Fronteira-Oeste e Sepé Tiaraju, em Canoas. A termelétrica Sepé Tiaraju, que opera com gás natural, atualmente realiza testes para a operação com óleo combustível em turbinas geradoras de energia elétrica (OCTE).
O OCTE apresenta poucas diferenças em relação ao óleo diesel antigo, que não tinha a mistura de 2% de biodiesel na sua fórmula. O gerente da usina, Adib Paulo Abdalla Kurban, informa que é possível garantir a geração de 90 MW a partir da próxima semana. No entanto, a meta é que a termelétrica consiga atingir sua capacidade máxima que é de 160 MW (cerca de 4% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul).
Para ampliar a oferta, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) determinou nesta quinta-feira o acionamento da usina termelétrica de Cuiabá com óleo. A usina, que está enfrentando problemas para receber gás da Bolívia, é bicombustível - como será a gaúcha Sepé Tiaraju.
Segundo o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, a usina deverá gerar, inicialmente, 195 megawatts no início de fevereiro, podendo alcançar uma capacidade de 390 MW até março, caso seja necessário. Se a termelétrica de Cuiabá for utilizada com sua capacidade total, a geração com térmicas a óleo chegará a um total de 1.255 MW. Na semana passada, o governo já havia anunciado que os despachos de térmicas a óleo poderiam variar de 800 a 1.200 MW.
A térmica de Cuiabá possui uma logística de abastecimento complicada, pois é alimentada por óleo que vem de São Paulo de caminhão. Para mantê-la funcionando, é necessário o abastecimento de dois caminhões por hora na usina.
Considerando-se que o governo espera, a partir de fevereiro, a conclusão do gasoduto Cabiúnas-Vitória, que permitirá o abastecimento de 5,5 milhões de metros cúbicos diários da bacia do Espírito Santo para a térmica de Macaé, que vai gerar mais 1.000 MW, o resultado total das térmicas poderá alcançar 3.005 MW até março.
O ministro, no entanto, mostrou-se otimista com relação às chuvas e disse que as previsões usadas pelo governo apontam que, a partir dos próximos dias, uma frente fria deve provocar chuvas no Sudeste e Centro-Oeste, reduzindo as preocupações com relação ao nível dos reservatórios das hidrelétricas. "Mesmo assim não podemos relaxar."
Segundo Hubner, dependendo do cenário de chuvas, algumas usinas térmicas poderão ser desligadas a partir de fevereiro. Mas o governo pretende manter funcionando, ao longo do ano, as termelétricas com geração mais barata para garantir que os reservatórios cheguem ao final do ano em boas condições para evitar uma crise de energia em 2009.
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JC-RS, 18/01/2008)