O primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, disse hoje estar decidido a levar seu país a liderar a mudança rumo a uma sociedade com baixas emissões de gases poluentes, durante a abertura do novo período de sessões na Dieta (Parlamento). Falando a um Parlamento dividido, Fukuda anunciou as linhas mestras de sua política para a atual legislatura. Ele poderá convocar eleições antecipadas, já que o bloco governamental domina a Câmara, e a oposição tem maioria no Senado.
O chefe do Governo japonês, escolhido em setembro numa eleição interna no Partido Liberal Democrata (PLD), apontou como um de seus grandes objetivos a liderança mundial na luta contra a mudança climática. O tema será o centro da agenda do G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo, mais a Rússia), que o Japão preside este ano.
O Japão é "o país com maior eficiência energética" e por isso está em condições de "promover uma mudança rumo a uma sociedade com baixas emissões de dióxido de carbono, que seja um precedente para o mundo", disse Fukuda, segundo a agência japonesa "Kyodo". Ele explicou que pretende escolher 10 cidades como "modelos" na defesa do meio ambiente. Elas reduzirão drasticamente as suas emissões de CO2.
O primeiro-ministro do Japão disse estar disposto a criar um mecanismo financeiro para ajudar as nações em desenvolvimento a reduzir seus níveis de emissões de gases que provocam o efeito estufa. Na próxima semana, em Davos (Suíça), durante o Fórum Econômico Mundial, Fukuda deverá anunciar um plano de investimento de 1 trilhão de ienes (US$ 9,113 bilhões) em cinco anos. O objetivo será ajudar os países em desenvolvimento a combater a mudança climática.
Em seu discurso, o chefe do Governo japonês pediu "responsabilidade política", numa referência clara à maior bancada da oposição, a do Partido Democrático (PD). O PD, que domina o Senado, manteve bloqueada durante três meses a Lei Antiterrorista, que permitia uma missão naval para apoiar a operação militar dos Estados Unidos no Afeganistão.
Fukuda disse que estudará a possibilidade de sancionar uma lei permanente para acionar as Forças de Autodefesa quando necessário. Ele reafirmou a sua intenção de manter sua aliança com os Estados Unidos, sem abandonar a cooperação com os países asiáticos.
No âmbito interno, o primeiro-ministro disse que pretende resolver a crise da previdência, provocada pela perda dos registros da vida profissional de 50 milhões de trabalhadores. O escândalo foi uma das causas da derrota do Governo nas eleições para o Senado, em 2007.
(EFE,
Estadão, 18/01/2007)