Um dia depois de ter sido confirmado como ministro de Minas e Energia, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) garantiu que, mesmo com a falta de chuvas, não haverá racionamento de energia no país.
"A chuva ajudará muito. Ela vai fazer com que os reservatórios das hidrelétricas voltem à normalidade absoluta e isso ajudará até para o próximo ano. Mas, ainda que não chovesse nada, não haveria racionamento este ano, de maneira nenhuma", afirmou nesta quinta-feira (17/01) em entrevista por telefone.
Mesmo sem tomar posse oficialmente no cargo, cerimônia prevista para segunda-feira (21/01), Lobão, procurou tranqüilizar a população e disse que o governo está "tomando todas as providências a seu cargo" para evitar a falta de energia.
"O governo não está sendo tomado de surpresa com coisa alguma", disse. "As termelétricas que ficam desativadas permanentemente para entrar em funcionamento apenas no momento de emergência estão começando a funcionar, mas ainda há muita reserva de termelétricas para serem postas em funcionamento. O fato é que não haverá risco de racionamento".
Lobão assume o ministério no momento em que seu filho e suplente no Senado, Edison Lobão Filho, enfrenta denúncias de corrupção. O novo ministro disse que o filho deve assumir o posto e, em seguida, se licenciar. "As alegações feitas contra ele são de natureza exclusivamente empresarial e, portanto, ele deseja se explicar lá fora e não com imunidades parlamentares", disse.
Lobão Filho é suspeito de ser sócio oculto de uma distribuidora de bebidas no Maranhão que teria sonegado R$ 42 milhões nos últimos oito anos. Ele também responde a um processo criminal sobre o funcionamento de uma emissora clandestina de televisão no interior do estado em 1999.
O novo ministro também negou que as acusações contra o filho tenham causado constrangimento ou enfraquecimento da escolha de seu nome para o ministério.
"Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Ele é um empresário, eu sou um político e estou cuidando da parte que me cabe. Não há nenhuma acusação contra mim e ele resolverá o problema empresarial dele explicando as coisas que ele tem total condição de explicar. Temos 180 milhões de brasileiros. Todos inocentes. No instante em que alguém é indicado para um cargo público, vira demônio".
Edison Lobão também disse que, ao assumir, irá analisar a composição dos cargos do ministério e fará "tanto quanto possível uma escolha dos mais capacitados". Ele afirmou que assume o ministério tranqüilo quanto ao Orçamento. "Se houver corte no meu ministério será mínimo, porque o presidente da República pretende priorizar essa área e ele tem toda a razão", disse.
(Por Priscilla Mazenotti, Agência Brasil, 17/01/2008)