No município paraense de Senador José Porfírio, o Centro Nacional de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios (RAN), unidade especializada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, promoveu nesta quinta-feira (17/01) a soltura simbólica de alguns filhotes de tartaruga de água doce, para comemorar os 600 mil devolvidos à natureza no ano passado pelo Projeto Quelônios da Amazônia.
Desde sua criação, em 1979, já foram liberados mais de 35 mil filhotes pelo projeto, que atua na proteção de mais de 190 áreas de desova na região.
A caça aos animais foi disseminada na década de 60, quando os ovos eram usados na alimentação e para iluminação, e as carapaças, aproveitadas como bacias ou instrumentos agrícolas. Também eram queimadas e a cinza, usada na fabricação de potes. A pele do pescoço e a gordura eram misturadas com resina e usadas para calafetar barcos.
O analista ambiental Vitor Hugo Cantarelli, coordenador do projeto, informou que o trabalho de proteção é desenvolvido na bacia dos rios Amazonas, Araguaia e Tocantins, envolvendo nove estados – o correspondente a 60% do território brasileiro. No projeto são mantidas sob manejo 120 praias ou tabuleiros de reprodução.
“Com a soltura, sentimos a participação de todos os setores ambientais e instâncias de governo na contribuição para a conservação dos quelônios, que são muito importantes para as populações ribeirinhas", disse.
Cantarelli explicou que o município de Senador José Porfírio fica às margens do Rio Xingu, onde o RAN realiza o manejo da população de tartarugas desde 1980, em uma série de ilhas.
(Por Camila Vassalo, Agência Brasil, 17/01/2008)