Ainda não repercutiu entre os técnicos em Sant’ Ana do Livramento a provável mudança de regras para distribuição gratuita da vacina contra a febre aftosa. Até o final da tarde de ontem (16), consultados alguns profissionais da área técnica, à unanimidade, confirmaram apenas terem sido informados pela imprensa. A repercussão deverá ocorrer nesta quinzena, haja vista que muitos técnicos estão no interior, realizando a imunização. As doses gratuitas são dadas a produtores da agricultura familiar enquadrados no Pronaf. A mudança poderá ser a partir do próximo ano.
O Departamento de Produção Animal (DPA) da Secretaria da Agricultura (Seapa) divulgou que está realizando estudos sobre o tema. Há possibilidade de que o repasse de doses grátis somente seja feita para os municípios que mantém o chamado vacinador comunitário.
A decisão, segundo o DPA, serviria para evitar informações de doses jogadas no lixo, compradas com dinheiro público. A idéia é: nos municípios em que não exista a figura do vacinador, o produtor teria que comprar a vacina.
É difícil identificar quem joga o produto fora. Em outras regiões do Estado, há relatos de que o maior problema é com criadores de gado leiteiro, que relutam vacinar para evitar baixa na coleta. Não há como ter punição, porque um lote contém muitas doses e não se sabe qual produtor recebeu.
A mudança proposta pelo DPA teria reflexo sobre o índice de cobertura vacinal, hoje de 94%. O percentual está longe da realidade. Existem algumas opiniões, a partir do exemplo de Bagé (onde há vacinador comunitário) em que as Inspetorias Veterinárias deveriam coordenar o processo mediante troca de informações com entidades de produtores.
(A Platéia, 16/01/2008)