Começou na terça-feira (15/01), no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia, o seminário "Energia na Amazônia: uma necessidade humana e um desafio ambiental", evento organizado pela Câmara de Política Setorial de Infra-estrutura e Transporte e pela Coordenadoria de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento Sustentável do Governo do Pará.
O evento é preparatório ao Fórum Social Mundial e ao Fórum de Autoridades Locais, reúne representantes do governo federal, de empresas públicas, de instituições de pesquisa e de organizações não-governamentais envolvidas com o tema.
"A partir dos dados e considerações trazidas pelos diferentes atores e apresentadas nestes seminários, o governo pretende elaborar sua contribuição para os debates que serão realizados no Fórum Social Mundial e no Fórum de Autoridades Locais, previstos para janeiro de 2009, em Belém", explica Alberto Matta, coordenador da Câmara da Política de Infra-estrutura e Transportes.
As palestras realizadas no primeiro dia do Seminário trataram sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais do modelo energético adotado no planeta atualmente, baseado na queima de combustíveis fósseis. A combustão destas substâncias, como o petróleo, emite gás carbônico à atmosfera, gás principal causador do aquecimento global.
"O que acontece é que se consome mais petróleo do que se descobre todos os anos no planeta. Dentro de cerca de 50 anos, o petróleo deve acabar. Este evento é importante para a busca de fontes alternativas de energia", explicou Mario Caputo, pesquisador de combustíveis fósseis da Universidade Federal do Pará.
Mario Agostinelli, responsável pela organização de oito debates sobre água e gás carbônico do Fórum Social Mundial de 2009, também palestrou no primeiro dia. "A Amazônia tem recursos naturais renováveis capazes de gerar energia, como sol, vento e água, em abundância. Considero muito importante importante discutir o tema aqui".
Mário é idealizador do Contrato Mundial pela Energia, documento proposto a autoridades e instituições do mundo inteiro que pretende reduzir até 2050 as emissões de carbono para 1,5 toneladas anuais por pessoa (hoje, nos Estados Unidos, maior consumidor de energia do planeta, o índice está em 12 toneladas anuais por pessoa).
Entre os assuntos debatidos, estiveram: hidrelétricas, biocombustíveis, bioimassa e energia solar.
Até maio de 2008, outros quatro seminários preparatórios ao Fórum Social Mundial serão realizados pelo governo do Estado. Em fevereiro, o tema abordado será a regulamentação fundiária. Em março, florestas. Em abril, transporte e mobilidade e, finalmente, em maio, a discussão será sobre soberania e fronteiras.
(Por Rafael Mileo,
Agência Pará, 16/01/2008)