O secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Abdullah el Badri, afirmou nesta quarta-feira que o mercado está bem abastecido do produto, embora o cartel esteja pronto para provê-lo, em caso de necessidade.
O presidente George W. Bush havia manifestado, em visita ao Oriente Médio durante a semana, a "esperança" de um aumento da produção. El Badri também afirmou que a Opep está pronta para aumentar a produção, mas que não há falta de petróleo atualmente.
A organização realiza reunião extraordinária no dia 1º de fevereiro em Viena e poderá então rever os termos da produção. "Os preços atuais do petróleo", que ultrapassaram pela primeira vez no início janeiro a marca de 100 dólares por barril, "não refletem o fundamental", principalmente no que diz respeito à oferta e à procura, prossegue el Badri, para quem "nenhum país-membro (da Opep) gosta de ver os preços muito lá em cima ou muito baixos."
O recente aumento dos preços do petróleo bruto é a "conseqüência das tensões geopolíticas persistentes, do enfraquecimento do dólar, das limitações no sistema de refinamento americano" e, sobretudo, "do papel crescente dos especuladores", principalmente a partir do mês de setembro, detalhou.
"Quero também insistir no fato de que a desaceleração da economia americana não é resultado dos preços do petróleo", afirmou. O secretário-geral da Opep não acredita que "o recente enfraquecimento da economia mundial terá um impacto significativo na progressão dos pedidos de petróleo" a curto prazo, concluiu.
O presidente George W. Bush fechou nesta quarta-feira sua visita ao Oriente Médio, onde afirmou ter esperança de que a Opep aumentaria a produção, num momento em que a economia americana está sendo ameaçada por uma recessão.
O rei da Arábia Saudita, Abdullah al Saud, disse estar preocupado com "os preços elevados e com o impacto negativo que eles podem ter sobre as economias do mundo", disse a porta-voz de Bush, Dana Perino.
O preço do barril de petróleo atingiu o recorde histórico de US$ 100,09 no dia 3 de janeiro, mas desde então já perdeu quase US$ 10, devido aos temores sobre o desempenho da economia americana.
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Folha Online, 16/01/2008)