‘Há uma procura descabida pela população’, diz diretor. Febre amarela já matou sete pessoas no país
Apesar de o Ministério da Saúde ter repassado ao Rio Grande do Sul 30 mil doses da vacina contra a febre amarela, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) alerta que a vacina poderá faltar para quem realmente precisa se a procura continuar alta entre aquela parcela da população que não reside ou não vai viajar para áreas de risco. 'Os estoques ainda estão mantidos, mas estamos preocupados porque a procura continua intensa e poderemos enfrentar dificuldades. Há uma procura descabida da população', constatou o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz.
O número de casos registrados este ano no país já é o maior desde 2003, quando ocorreram 64, sendo 23 fatais. Ontem, havia dez casos comprovados, sete deles de morte, e outros 12 casos em investigação.
As filas nos postos de saúde do Estado continuam intensas. 'Em 2007, eram feitas até 5 mil vacinas por mês no Estado. Só em Porto Alegre, já vacinamos mais do que isso nessas últimas semanas', esclareceu. Na Capital, um dos postos de maior movimento está localizado no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Segundo Paz, a população precisa entender que não há necessidade de correr para os postos de saúde. 'Quem não mora ou viaja para área de risco está se expondo desnecessariamente. Toda vacina tem riscos. Pode provocar febre, dor e não há necessidade disso', relatou.
No Rio Grande do Sul, ele alerta que há risco na costa Norte do rio Uruguai, atingindo um total de 52 municípios. Outras áreas de risco são o Oeste de Santa Catarina, do Paraná, do Piauí e de São Paulo, além de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Maranhão e estados da região Norte. 'Aqui no Estado, não temos registro de febre amarela desde 1996', argumentou o dirigente.
(Correio do Povo, 17/01/2008)