Duas crianças de origem chinesa abriram hoje (17/01) um processo contra o Governo japonês, pedindo indenização pelos efeitos de uma intoxicação causada por armas químicas abandonadas pelas tropas japonesas na China ao fim da Segunda Guerra Mundial, informou a agência de notícias "Kyodo". Sei Sato, o advogado japonês dos litigantes de 11 e 15 anos, disse que eles exigem do Executivo japonês uma indenização conjunta de 66 milhões de ienes (US$ 600 mil).
Eles sofreram perdas de visão, irritação cutânea, problemas respiratórios e fraqueza geral desde que entraram em contato com o gás tóxico. A intoxicação aconteceu em julho de 2004. As duas crianças ficaram expostas ao gás tóxico que vazou de uma arma química abandonada pelas tropas imperiais japonesas na província de Jilin, no norte da China, após a batalha de Dunhua, na Segunda Guerra Mundial.
Segundo a queixa apresentada hoje perante num tribunal de Tóquio, as duas crianças descobriram vários projéteis no campo. Enquanto brincavam com eles, um líquido vazou e salpicou nas suas mãos e pernas. Devido à intoxicação, tiveram que ser hospitalizadas durante mais de dois meses. O advogado Sei Sato disse que seus clientes decidiram recorrer aos tribunais porque o Governo do Japão não atendeu de forma satisfatória às suas reivindicações.
"Queremos que o Governo comece a estudar de forma imediata tratamentos para o envenenamento por gás mostarda, para o qual por enquanto não há cura", disse o advogado. Para ele, o Executivo deve "tomar medidas adequadas para ajudar as vítimas, não só com compensações econômicas". Em setembro de 2003, um tribunal de Tóquio reconheceu a responsabilidade do Estado e ordenou que o Governo pagasse 190 milhões de ienes (US$ 1,73 milhão) a um grupo de litigantes chineses num caso semelhante. Mais tarde, a Corte Suprema japonesa cancelou a sentença. Outras duas ações estão sendo julgadas na Corte Suprema e num tribunal de Tóquio.
(Efe,
Deutsche Welle, 17/01/2008)