A Fundação Oswaldo Cruz está preparada para atender ao pedido do Ministério da Saúde para dobrar a produção de vacinas conta a febre amarela, assegurou o diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), Akira Homma. Em entrevista ao site de notícias da Fiocruz, ele explicou que, para voltar a produção para a demanda interna, a exportação de vacinas contra a doença foi suspensa.
De acordo com o diretor, a exportação da vacina para mais de 30 países da América Latina, África e Ásia está suspensa desde o final do ano passado, quando surgiram os primeiros casos suspeitos da doença no país. Segundo Homma, ao serem informados da suspensão das exportações, os organismos com os quais o instituto tinha compromissos foram compreensivos.
O fornecimento para outros países, salientou o diretor, deve ser retomada assim que a situação se normalizar no Brasil. Em 2007 foram mais de 15,5 milhões de doses exportadas.
A vacina contra febre amarela leva cerca de cinco meses para ficar pronta e é produzida em três etapas. A primeira é a produção da matéria-prima (concentrado viral), a segunda é a formulação e liofilização (desidratação para permitir a conservação durante o transporte) e a terceira é o controle de qualidade. Ao final, cada dose custa no mercado interno, cerca de R$ 0,87.
Segundo Homma, o instituto tem concentrado viral estocado suficiente para produzir cerca de 30 milhões de doses, o que encurta o tempo necessário para entrega do produto ao Ministério da Saúde em cerca de três meses.
Além disso, os turnos de trabalho em Biomanguinhos foram dobrados para que as etapas de controle de qualidade, envasamento e rotulagem, entre outras, sejam concluídas a tempo.
O diretor do instituto garantiu ainda que a Fiocruz tem condições financeiras de bancar a produção das vacinas e que o Ministério da Saúde vai transferir os recursos quando os lotes forem entregues.
As vacinas são distribuídas aos municípios pelo ministério em ampolas de cinco doses para que o desperdício, no momento da aplicação, seja menor. Apesar disso, há também a possibilidade de ela ser entregue em ampolas de 50 doses – o que aumentaria a capacidade de produção.
Segundo o secretário de saúde do Distrito Federal, José Geraldo Maciel, o desperdício na hora da aplicação da vacina é de cerca de 20%.
(Por Mariana Jungmann, Agência Brasil, 16/01/2008)