Após ser confirmado nesta quarta-feira (16/01) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando do Ministério de Minas e Energia, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) rebateu críticas de que a indicação foi política e de que um técnico deveria ter assumido a pasta.
Lobão alegou que, além de não ser o primeiro político a ocupar a pasta, tem capacidade para administrar o setor elétrico. "Essa pasta teve 11 ministros políticos. Não sou técnico, mas sou administrador, capaz de formar uma equipe que, muitas vezes, enxerga onde o técnico, que é tão útil, não enxerga”, contestou.
O futuro ministro afirmou que terá liberdade para nomear a equipe no ministério, mas que a formação dos quadros do ministério será trabalhada em conjunto com o presidente Lula e com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. “Não pretendo demolir o que já está lá”, alegou. Sobre nomeações para cargos em estatais, o senador disse que "serão examinadas a seu tempo".
Edison Lobão negou que haja resistência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quanto a seu nome para comandar a pasta. "A ministra Dilma disse que jamais fez qualquer referência contrária ao meu nome. Ao contrário, disse ela que tem todo apreço por mim e que sabe que terei um desempenho responsável no ministério", afirmou.
O novo ministro afirmou que seu filho e suplente no Senado, Edison Lobão Filho, assumirá o posto de parlamentar, apesar de denúncias de corrupção. Lobão porém não descartou a possibilidade de que seu filho se licencie do cargo posteriormente.
"Ele assume sim, mas poderá também se licenciar se for conveniente. É uma hipótese. Ele deseja se defender fora do Senado”, disse Lobão. “Estou convencido de que ele é absolutamente inocente e responderá, se for o caso, até na Justiça por aquilo que está sendo acusado."
Lobão Filho é suspeito de ser sócio oculto de uma distribuidora de bebidas no Maranhão que teria sonegado R$ 42 milhões nos últimos oito anos. Ele também responde a um processo criminal sobre o funcionamento de uma emissora clandestina de televisão no interior do estado em 1999.
Questionado se o atual ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, assumiria o cargo de secretário-executivo da pasta, Lobão afirmou que Hubner já manifestou o desejo de ter outra atividade. Nelson Hubner assumiu a pasta interinamente com a saída de Silas Rondeau.
Segundo Lobão, o adiamento da reunião em que teve o convite oficializado por Lula ocorreu porque o presidente estava cansado da viagem a Cuba. O senador, no entanto, afirmou que "em momento nenhum" temeu não ser convidado para o cargo.
(Por Yara Aquino, Agência Brasil, 16/01/2008)