O delta do Rio das Pérolas, no sul da China, que inclui Macau e parte da província de Guangdong, registrou em 2007 a poluição mais intensa da sua história, anunciou o departamento de meteorologia de Guangdong. A região, que é a "fábrica" da China e que produz a maioria das exportações do país, teve mais de 100 dias nublados devido à poluição, indicador da gravidade da contaminação atmosférica, de acordo com dados publicados na página na Internet do departamento de meteorologia de Guangdong.
Cidades do delta como Xinhui tiveram mesmo 238 dias de nevoeiro - ou seja, apenas viram o sol por 127 dias durante 2007- devido à emissão de poluentes para a atmosfera, indicam os mesmos dados, parte de um relatório meteorológico do ano passado. "Foi um aumento significativo em relação aos anos anteriores e uma nova alta desde 1949", data da fundação da China comunista, considera no relatório o departamento meteorológico, alertando para o perigo que as partículas finas na atmosfera representam para a saúde pública, uma vez que podem causar danos no sistema respiratório e outros órgãos.
De acordo com o departamento, em 2007 Guangdong enfrentou a maior quantidade de dias nublados desde 1949, devido à poluição que os especialistas atribuíram às emissões das indústrias e dos automóveis. "A situação mostra que a poluição atmosférica em Guangdong, especialmente nas áreas urbanas, está cada vez pior", refere o documento, adiantando que em 2007, a província sofreu um total de 75,7 dias de nevoeiro devido à poluição.
Um relatório apresentado em 2006 pelo Banco Mundial indica que em 2020 a poluição causará 600 mil mortes prematuras nas zonas urbanas da China e provocará problemas de respiração a 20 milhões de pessoas por ano. O custo total na saúde humana - acrescenta - será equivalente a 13% do produto interno bruto (PIB) chinês. Apesar do aumento dos esforços governamentais no combate à poluição, a China falhou em 2007 o objetivo traçado de reduzir o consumo de energia em 4% por unidade do PIB e cortar as emissões de gases poluentes em 2%.
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Envolverde/Agência Lusa, 16/01/2008)