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lixões
2008-01-17
O governo da Espanha vai financiar um programa para transformar La Chureca, um lixão a céu aberto nos arredores de Manágua onde vivem e trabalham milhares de pessoas. Não se trata apenas de fornecer dinheiro, mas também de melhorar a qualidade de vida “cumprindo um dever ético e moral”, disse a vice-primeira-ministra espanhola, Maria Teresa Fernández de la Veja, ao apresentar a iniciativa. Os moradores de Acahualinca (bairro vizinho ao lixão) e La Chureca fazem parte desse bilhão de pessoas do mundo que vivem com um dólar por dia “ não podemos permitir que isso continue”, acrescentou.

Em agosto de 2006, de la Veja visitou La Chureca, “o maior lixão a céu aberto de toda a América Latina, com submoradias espalhadas em meio ao lixo’, disse. Ali, “em um lugar onde apenas se pode sobreviver, criam seus filhos, com alto índice de mortalidade. É terrível, por isso ninguém pode conhecer uma coisa assim e nada fazer. Confiamos que com este programa poremos fim à situação sub-humana de La Chureca”, acrescentou.

De acordo com o plano do governo, que foi aprovado por unanimidade o parlamento espanhol, entre 2008 e 2011serão investidos 30 milhões de euros (US$ 42 milhões). Portanto, embora a iniciativa seja do atual governo socialista, seja qual for o resultado das eleições espanholas convocadas para 9 de março a próxima administração deverá cumprir o compromisso, acrescentou de la Veja. Esses fundos permitirão fechar o lixão e construir outro subterrâneo com tecnologia de reciclagem, erguer moradias para todas as famílias residentes, com esgoto, água potável e iluminação, e desenvolver programas de educação para todos, desde as crianças presentes na escola pública até os adultos analfabetos, afirmou.

Os recursos serão destinados à construção de um lixão sanitário, fechar o atual e dar novos destinos aos terrenos que ocupam, melhorar e construir casas e infra-estruturas urbanas, financiar educação e formação profissional, saúde, incentivos para a criação de empregos e fortalecer a governabilidade local. A secretária de Estado de Cooperação Internacional, Leire Pajín, disse que enquanto a média da ajuda ao desenvolvimento que os paises do Norte industrial destinam à América Latina é de 10%, a Espanha lhe dedica 40%.

Desde 2004, quando o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) assumiu o governo, a ajuda ao desenvolvimento dobrou e hoje representa 0,5% do produto interno bruto por habitante, disse Pajín. Em 2006, essa ajuda chegou a US$ 3,8 bilhões e permitiu situar a Espanha como oitava doadora mundial em termos absolutos, acrescentou Pajín. Porém, a ajuda ao desenvolvimento não basta para superar os desequilíbrios do comércio internacional.

A reclamação dos países em desenvolvimento para que sejam abertos os mercados do Norte para seus produtos é uma “justa reivindicação”, disse à IPS de la Veja. Se o PSOE ganhar as eleições de março, “trabalharemos para avançar muito nesse objetivo”, que para ser efetivo requer a aprovação dos países-membros da Nações Unidas, acrescentou. Durante a apresentação, feita na sede da Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECI), foi exibido um vídeo onde se via moradores de La Chureca, entre eles crianças de 6 a 12 anos de idade, catando restos de comida entre o lixo.

Diega Ramona, dirigente da comunidade de La Chureca, afirmou que “comemos o que tiramos dali”, e o que não comemos “separamos para vender a empresas que o reciclam”. No lixão vivem e trabalham 1.200 pessoas. Vinte por cento das meninas e meninos que ali trabalham têm jornadas de mais de 40 horas semanais, com renda muito baixa, segundo a AECI. No bairro vizinho de Acahualinca vivem 18 mil pessoas, 40% delas meninos e meninas, também afetados pela contaminação causada pelo lixão.

O presidente da espanhola Coordenadora de Organizações Não-governamentais para o Desenvolvimento, Jose María Medina, disse à IPS estar convencido de que o governo socialista cumprirá o compromisso. “Tenhamos presente que desde que assumiu o governo até o final deste ano se terá duplicado a cooperação para o desenvolvimento e que os programas sejam feitos com uma ampla participação das ONGs, algo totalmente novo”, afirmou. Para Medina, este programa “é uma boa noticia, tanto pela quantidade que se destinará para implementá-lo quanto pela ênfase na qualidade que deve ter a realização do mesmo”. Na cerimônia não esteve presente nenhuma autoridade nicaragüense.

(Por Tito Drago, IPS, 16/01/2008)


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