Em 2007, ações foram centradas na área de treinamentoAnunciado no início de 2007 como um dos projetos prioritários do governo Yeda Crusius, o Plano Estadual de Irrigação ainda não se traduziu em obras no campo. Projetos previstos para iniciar no ano passado, como a construção de microaçudes na Metade Sul e mesmo as grandes barragens com dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC) devem começar a sair do papel somente este ano.
Em meio à ameaça de mais uma seca neste verão, ocasionada pelo fenômeno La Niña, a governadora anunciou na semana passada R$ 5 milhões para a construção emergencial de 1 mil pequenos açudes em municípios do sul do Estado, onde o déficit hídrico é maior. A água acumulada seria para consumo humano e animal, além de irrigação de pequenas áreas de subsistência. Em março de 2007, a promessa de Yeda era iniciar a construção desses reservatórios em maio.
O secretário extraordinário de Irrigação e Usos Múltiplos da Água, Rogério Porto, prometia dar início aos trabalhos com equipamentos do Departamento de Mecanização Agrícola da Secretaria da Agricultura, caso a verba de R$ 10 milhões, de emendas da bancada gaúcha no orçamento da União, não fosse liberada. No fim do ano, o dinheiro do governo federal não havia chegado, e o departamento não foi acionado por ter passado por reestruturação, segundo Porto. A nova previsão de início de construção é em fevereiro.
Outra empreitada que não saiu no prazo inicialmente estipulado foi a das barragens Taquarembó, entre Lavras do Sul e Dom Pedrito, e Jaguari, entre Dom Pedrito e São Gabriel. Os reservatórios já têm os recursos de R$ 106 milhões do PAC e deveriam contar com mais R$ 15 milhões do Estado. Em abril do ano passado, a estimativa da secretaria era de que as obras, com capacidade para irrigar 60 mil hectares, iniciassem em novembro, mas um novo estudo de impacto ambiental teve de ser feito, e a previsão, agora, é maio de 2008.
Se o plano ainda não levantou poeira com obras, superou-se na área de difusão das técnicas entre agricultores. Em 2007, 11.616 produtores de 290 municípios fizeram cursos da Emater, ante uma meta de 9 mil. Para este ano, a expectativa é treinar mais 8 mil. Por enquanto, não há monitoramento quanto à aplicação dos conhecimentos adquiridos em projetos, explica o técnico da Emater José Enoir Daniel. Também há evolução nas parcerias da Emater e da secretaria com a iniciativa privada. A Yoki pretende ampliar a área irrigada de produtores de milho-pipoca conveniados de 1,6 mil para 8 mil hectares.
(Por Sebastião Ribeiro,
Zero Hora, 16/01/2008)