As indústrias do Rio de Janeiro já estão se movimentando para a possibilidade de faltar gás nos próximos meses e já estão preparando a conversão de suas matrizes do gás natural para outro combustível.
O presidente do Conselho Empresarial de Energia da Firjan (Federação da Indústrias do Rio de Janeiro), Armando Guedes, disse, no entanto, que o volume que seria economizado com essas ações não resolveria o problema, em um cenário de escassez de gás.
"Existe a possibilidade de se converter entre 1 milhão e 1,5 milhão de metros cúbicos de gás/dia. Isso ajuda e está sendo encaminhado, mas não resolveria completamente o problema", afirmou.
Ele lembrou que em muitos casos, há problemas que envolvem questões tecnológicas, de ordem de liberação ambiental e econômicos para que as conversões sejam feitas.
Guedes acrescentou que a situação atual é bem melhor do que a fase do pré-racionamento de 2001. Segundo ele, anteriormente não havia a capacidade de geração para se resolver o problema, o que acontece hoje, observou. O executivo exaltou a entrada em operação do gasoduto Vitória-Cabiúnas, que vai promover oferta adicional de 5,5 milhões de metros cúbicos/dia para o Rio de Janeiro, a partir de fevereiro.
Juntamente com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio, Julio Bueno, Guedes cobrou do governo um pacto nacional para se equacionar os iminentes problemas relativos ao fornecimento de gás, caso os níveis dos reservatórios baixem ainda mais, e seja necessário aumentar o despacho das térmicas.
"Continuamos alertando o governo, a exemplo de 2001. E o governo não nos responde. Essa não é uma questão regional, é preciso um pacto federativo, mas a primeira ação tem que partir do governo", cobrou.
Julio Bueno informou que o governo estadual vai iniciar discussões sobre o plano de racionalização de energia no próximo dia 25. O secretário não precisou o quanto que o governo pretende economizar com o programa.
Guedes e Bueno participaram de reunião do grupo de trabalho do Estado que discute a questão do abastecimento de gás na região. É a terceira reunião desde que houve o corte no fornecimento de gás por parte da Petrobras, no final de outubro.
(Cirilo Junior, Folha Online, 15/01/2008)