A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) quer criar, no Brasil, uma nova categoria empresarial: a dos pequenos e médios produtores de petróleo.
Em entrevista nesta terça-feira (15/01) à Agência Brasil, o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, afirmou que a meta é “fazer com que a abertura do setor de petróleo não esteja restrita aos grandes produtores, sejam brasileiros ou estrangeiros".
"Nós queremos fazer com que o setor de petróleo, em particular em campos terrestres que têm reservas marginais de petróleo, seja um espaço onde pequenos e médios produtores possam se desenvolver”, garantiu.
A ANP pretende realizar, ainda no primeiro semestre deste ano, uma terceira licitação para venda de áreas marginais. Conhecidas como “rodadinhas”, essas pequenas rodadas de licitações para venda de campos acontecem entre os leilões de novas áreas para exploração e produção de petróleo e gás da agência.
Deverão ser ofertadas 20 áreas marginais localizadas no Nordeste do país, com destaque para a Bahia. “Tudo indica que vai ser feita em Salvador”, revelou Lima.
Na próxima segunda-feira (21/01), o diretor-geral da ANP se reunirá com o governador baiano, Jacques Wagner, com quem debaterá a potencialidade nordestina e, de modo especial, a da Bahia, no que diz respeito aos campos marginais de petróleo.
Haroldo Lima informou que, entre os estados da Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte, há cerca de 3 mil poços em 157 campos petrolíferos. "Eles despertam o interesse marginal para a grande empresa, mas têm um interesse muito significativo para a pequena e média empresa brasileira”, afirmou Lima.
Nas duas licitações anteriores para venda de campos, houve uma mobilização de cerca de 100 pequenos empresários brasileiros que queriam entrar no ramo do petróleo. Das 17 áreas ofertadas em cada uma das duas primeiras "rodadinhas", 16 foram arrematadas.
“Os pequenos e médios empresários se prepararam para participar dessa rodadinha, contrataram técnicos especializados em petróleo para fazer estudos das áreas, o que mostra uma alta potencialidade de desenvolver esse setor aqui no Brasil. Nós vamos continuar com esse esforço”, declarou o diretor-geral da ANP.
Para a agência, o incentivo à participação das médio e pequenas empresas no setor de petróleo e gás contribui para o desenvolvimento regional e permite a geração de emprego e renda e o aumento da arrecadação de impostos.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 15/01/2008)