Ambientalistas do estado argentino de Entre Ríos distribuíram nesta terça-feira (15/01) folhetos sobre “a poluição das fábricas de celulose do Uruguai” a turistas que embarcavam com destino a Montevidéu, partindo do terminal de Boquebús, em Puerto Madero, na capital da Argentina, Buenos Aires.
“O protesto é tranquilo já que, depois de pequenos incidentes, deixaram entrar no terminal 40 manifestantes de diversos grupos depois do meio-dia (horário local)”, disse o porta-voz da Assembléia Ambientalista da cidade de Gualeguaychú, José Pouler.
De acordo com informações da Agencia Telam, também participaram da manifestação integrantes das Assembléias do Povo da Capital Federal, Córdoba e Catamarca, trabalhadores do cassino flutuante em conflito por causa de demissões, uma militante do Movimento dos Sem Terra (MST) do Brasil, grupos estudantis e partidos de esquerda.
Apesar de um acordo prévio sobre a forma de protesto, membros da prefeitura naval impediram inicialmente a entrada dos manifestantes e “houve pequenos incidentes, que não passaram de empurrões, mas logo autorizaram a passagem de 40 (manifestantes)”, disse Pouler.
O folheto distribuído destacava, em um mapa, a localização de três fábricas de celulose no Uruguai: a finlandesa Botnia, que funciona na cidade uruguaia de Fray Bentos, em frente a Gualeguaychú, e as projetadas Ence, espanhola, e Stora Enzo, finlandesa.
“O plano mostra que, por causa de sua localização, o efeito combinado (sobre o meio ambiente) das três fábricas abarcará um raio de 100 quilômetros em volta, em áreas do Uruguai e da Argentina, com mais de 20 milhões de habitantes”, assegurou Pouler. As três fábricas foram projetadas para serem construídas à margem do rio Uruguai, que faz a divisa entre os dois países.
O porta-voz da Assembléia de Gualeguaychú sublinhou que “a luta continua porque a controvérsia não terminou” e pediu uma “solução política” aos governos dos presidentes Tabaré Vázquez, do Uruguai, e Cristina Kirchner, da Argentina.
O protesto em Puerto Madero foi apoiado pelos ambientalistas da cidade argentina de Colón com bloqueios na ponte Artigas, que une a cidade com a vizinha uruguaia Paysandú. Enquanto isso, em Gualeguaychú continua o bloqueio da fronteira por tempo indeterminado. A ponte de Salto Grande, que une as cidades de Concordia, na Argentina, e Salto, no Uruguai, permaneceu aberta.
(Por Ana Luiza Zenker,
Agência Brasil, com informações da agência argentina Telam, 15/01/2008).