Antes de programar o décimo leilão de áreas de exploração, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) quer retomar ainda neste semestre a oitava licitação, suspensa em novembro de 2006 por liminar da 9ª Vara de Justiça Federal em Brasília.
Segundo o diretor-geral da Agência, Haroldo Lima, por indicação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), este será o primeiro desafio no curto prazo. O segundo, disse nesta terça-feira (15/01), será buscar em conjunto com o Ministério de Minas e Energia uma metodologia mais conveniente para efetuar a licitação dos 41 blocos que foram retirados da nona rodada, realizada em novembro de 2007.
Após o anúncio da descoberta pela Petrobras de um campo petrolífero e de gás na área de Tupi, na Bacia de Santos (SP), em condição de pré-sal e que poderá produzir até 8 bilhões de barris, o Conselho decidiu retirar da rodada os 41 blocos que pudessem ter ligação com as áreas desse campo. "Esses blocos têm condições muito boas de ter petróleo e por isso vamos visualizar para eles um tipo de exploração diferente", informou Lima, e acrescentou que o modelo ainda será estudado pela Agência e pelo ministério.
O melhor conhecimento da realidade geológica do país, segundo ele, é um dos grandes desafios da ANP dez anos depois de criada. A exploração petrolífera começou no Brasil por terra, por volta de 1939, e progrediu para reservas no mar, em águas ultraprofundas, atividades que para Haroldo Lima fizeram o país deixar de explorar 29 bacias sedimentares terrestres.
"A ANP tem conhecimento satisfatório de 7% dessas bacias, mas precisa conhecer mais. O Plano Plurianual da Agência prevê avanço dos estudos geológicos a cada ano, com o objetivo de preparar terreno para abrir licitações futuras, destinadas a grupos brasileiros que queiram participar de empreendimentos que não demandem investimentos tão vultosos como em águas profundas", disse.
Outro desafio no curto prazo, na avaliação do diretor-geral, é estabelecer uma metodologia para exploração em locais onde a ANP sabe que existe a possibilidade de volumes expressivos de petróleo. "O risco é bem menos diluído do que em outros setores e por isso é de se supor que a parte governamental nessas explorações seja maior", concluiu.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 15/01/2008)