Um esforço promovido pelo governo do Reino Unido para aumentar o uso de biocombustíveis na região pode não ser suficiente para fornecer reduções significativas nas emissões de gases geradores do efeito estufa. Foi o que disse a academia de ciências britânica, a Royal Society, em relatório divulgado ontem.
De acordo com o programa de Responsabilidade Legal de Combustíveis Renováveis para os Meios de Transporte do Reino Unido, os fornecedores devem garantir que, até 2010, 5% dos combustíveis comercializados sejam produzidos a partir de produtos vegetais.
O programa não especifica quais biocombustíveis devem ser usados. Como resultado, o Reino Unido poderá ficar "obrigado" a usar fontes ineficientes de energia, disse a Royal Society.
O governo britânico deveria mudar essa política para que ela possa "promover combustíveis com os mais baixos níveis de emissões ao, por exemplo, definir uma meta de redução de emissão de gases geradores do efeito estufa", disse em comunicado divulgado por e-mail John Pickett, professor da Royal Society que coordenou a elaboração do relatório.
"Isso ajudará a encorajar a melhoria de combustíveis existentes e a acelerar o desenvolvimento de novas fontes de energia", afirmou Pickett, no comunicado.
Uma vez que o setor de transportes do Reino Unido é responsável por 25% das emissões britânicas de dióxido de carbono -gás que é considerado por cientistas da ONU (Organização das Nações Unidas) como o principal causador do aquecimento global-, os biocombustíveis poderiam desempenhar "um papel importante" tanto interna quanto externamente no combate às mudanças climáticas, disse o relatório da Royal Society.
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Folha de São Paulo, 15/01/2008)