Seapa exigirá vacinador oficial para evitar desperdício de doses, como as descartadas no rio Fortaleza
As regras para distribuição gratuita da vacina contra a febre aftosa a produtores enquadrados no Pronaf poderão mudar a partir do próximo ano. O Departamento de Produção Animal (DPA) da Secretaria da Agricultura (Seapa) estuda a possibilidade de que as doses só sejam repassadas aos municípios que tiverem vacinador comunitário. Segundo o responsável pelo Serviço de Doenças Vesiculares do DPA, Diego Santos, a medida evitaria os constantes relatos sobre vacinas adquiridas com recursos públicos e jogadas no lixo. 'Onde não houvesse o representante da comunidade para se encarregar da imunização, o produtor teria que comprar as doses', explicou.
A necessidade de mudança no sistema foi reforçada depois que, no sábado, foram encontrados dois frascos lacrados de vacina contra a aftosa no rio Fortaleza, entre Seberi e Erval Seco. A inspetora veterinária de Palmeira das Missões, Fernanda do Amaral, disse que será difícil identificar quem faz o descarte. 'Não há como ter punição, porque um lote contém muitas doses e não se sabe qual produtor recebeu', frisou Santos. O maior problema é com criadores de gado leiteiro, que relutam vacinar para evitar baixa na coleta.
Ele acrescentou que a mudança proposta pelo DPA teria reflexo sobre o índice de cobertura vacinal, hoje de 94%. Santos diz que o percentual está longe da realidade. 'Pelo sistema atual, quem compra a vacina e apresenta nota fiscal à Inspetoria Veterinária é computado como rebanho vacinado, o que também acontece no caso do produtor que pega a dose de graça. Mas a secretaria não tem como saber se houve imunização', citou.
Para o presidente da Fetag, Elton Weber é preciso criar estrutura para dispor do vacinador comunitário. 'As Inspetorias Veterinárias devem reunir as entidades e definir como será a vacinação, como já é feito em Bagé', assinalou.
DPA indica que maior problema está no gado leiteiro
(Correio do Povo, 15/01/2008)