Roma - A crise do lixo na cidade italiana de Nápoles (oeste) continua causando protestos, com cortes de estradas, devido as 7.000 toneladas de resíduos sem recolhimento que se acumulam, enquanto em toda a província pelo menos cerca de 100.000 estudantes não vão ao colégio.
Nápoles e sua província é a região mais afetada da região de Campânia, onde há mais de 100.000 toneladas de entulhos pelas ruas, devido à falta de lixões, mas também por causa do envolvimento da Camorra, a máfia local, no negócio de coleta de lixo.
As delicadas condições sanitárias causadas pelos lixos, que se empilham em metros e metros de ruas de Nápoles e das localidades próximas, fez com que cerca de 100.000 estudantes não tenham retornado às aulas devido ao fechamento das escolas em Torre Annunziata, San Giorgio e Boscoreales.
Os colégios e institutos estão fechados nesses lugares, apesar de o primeiro-ministro Romano Prodi ter se oposto à suspensão das aulas decididas por algumas Prefeituras durante as férias do Natal e mandou o Exército limpar os arredores dos centros educativos.
Na localidade de Pollena Trocchia os estudantes se manifestaram hoje contra a reabertura dos colégios, pois asseguram que a acumulação de entulhos torna pouco saudável a volta às aulas.
Um protesto pelos mesmos motivos e contra a acumulação de lixos correu a cargo de pais de alunos em Arzano.
Em Nápoles foi realizada uma reunião plenária municipal extraordinária, presidida pela prefeita, Rosa Russo Iervolino, para falar sobre a emergência originada na cidade por causa de cerca de 7.000 toneladas de lixos de todo tipo nas ruas e estradas da cidade.
A prefeita se manifestou mais uma vez contra a reabertura do despejo de Pisani, cenário de fortes protestos e confrontos entre moradores e policiais, durante as três últimas semanas.
Enquanto isso, técnicos da Asia, a empresa municipal napolitana de higiene ambiental, estão buscando uma solução para recolher todo o lixo do centro histórico, onde podem representar um problema para a circulação.
Além disso, os protestos continuam, embora em menor medida, na ilha de Sardenha, onde começaram na semana passada com a chegada do primeiro navio carregado de lixo, no marco do plano aprovado pelo Governo para que as regiões italianas acolham, de maneira voluntária, uma parte do lixo de Campânia.
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UOL, 14/01/2008)