Associação teme que Imbé perca a identidade e recorre ao MP. Judiciário vai decidir o impasse
A construção de prédios em Imbé tem preocupado veranistas e moradores, que recorreram ao Ministério Público para impedir a efetivação do Plano Diretor. O impasse depende de decisão do Judiciário. A lei, sancionada há um ano, permite prédios de oito pavimentos na Paraguassú e na Rio Grande, no trecho entre a ponte Giuseppe Garibaldi e o terminal da Petrobras. Nas avenidas, em direção ao mar serão permitidos prédios de três pavimentos e, nas demais, de dois. A comunidade teme a perda da identidade da cidade.
A Associação Comunitária de Imbé – Braço Morto ingressou em fevereiro com representação no Ministério Público de Tramandaí pedindo providências para evitar superlotação das praias e incapacidade de abastecimento de água e contenção de esgoto. O presidente da associação, Arno Eugênio Carrard, afirmou que o tratamento de esgoto não chega a 40% da demanda. Atendendo ao pedido, o MP instaurou, em março, inquérito civil. Concluiu que haveria prejuízos à comunidade, alterando a característica de cidade-jardim. A Corsan garantiu ter condições de atender a um possível aumento da demanda e a prefeitura entendeu não haver necessidade de alterar o atual Plano Diretor.
A promotora de Tramandaí Luciana Casarotto aguarda manifestação do Judiciário sobre a ação proposta pela associação. 'O inquérito civil público está em trâmite com relatórios e vistorias de diversos departamentos técnicos, que justamente buscam definir quais seriam os prejuízos da comunidade de Imbé com a verticalização.'
O secretário municipal de Planejamento, José Augusto Henkin, destacou que a verticalização está atrelada à execução da rede cloacal. A Corsan fará projeto a pedido da prefeitura. O município garante que só liberará a construção de prédios quando o sistema de esgoto for concluído.
(Correio do Povo, 15/01/2008)