Abastecimento de energia pode ficar comprometido caso o nível das chuvas não for favorável nos próximos meses
O presidente do Grupo CEEE, Delson Martini, alerta, mais uma vez, para a importância de a população optar pelo uso racional da energia elétrica, como forma de prevenir a escassez. Para conscientizar os gaúchos dessa necessidade, a CEEE vem desenvolvendo programas de eficientização. Na última semana, Martini propôs aos dirigentes das duas outras distribuidoras de energia elétrica no Rio Grande do Sul, AES Sul e RGE, a promoção de ações conjuntas com a CEEE nesse sentido.
Nesta semana, deverá ocorrer um encontro entre os dirigentes das três empresas para tratarem do tema. Martini chama atenção para o fato de que a ameaça de problemas de abastecimento está provocando recorde de preço de energia, que já chega a R$ 569,59 o megawatt (MW). “Isso não é especulação de mercado, é escassez”, afirma.
Membro do Conselho de Administração do Operador Nacional do Sistema Elétrico Brasileiro (ONS) — órgão responsável pela operação de todo o sistema elétrico nacional —, Martini lembra que na semana passada o preço de liquidação de curto prazo de energia estava em R$ 472,00 o MW. Já era um valor considerado recorde, resultante de um reajuste de 92% em relação à semana anterior. “Agora, novamente, em uma semana, o mercado define um reajuste de mais de 20% sobre o preço anterior”, observa.
De acordo com Martini, o custo da energia elétrica vem subindo de forma galopante desde 2004, quando o preço do MW ficava em torno de R$ 18,59. “As empresas que optaram pela energia do mercado livre e que tiveram seus contratos encerrados neste período de escassez terão grandes dificuldades de encontrar disponibilidade do produto no mercado”, ressalta.
Segundo Martini, o crescimento da economia brasileira em 2009 estará condicionado ao nível dos índices pluviométricos entre dezembro de 2007 e abril de 2008, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, que concentram as grandes hidrelétricas. “Sessenta por cento da energia de que o Brasil precisará no próximo ano vão depender de como se comportará o nível de chuvas”, explica.
(Por Ângela Rocha, Gazeta do Sul, 14/01/2008)