No dia 2 deste mês, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), deu início a mais uma fase de vacinação contra a febre aftosa em todo o rebanho gaúcho. A Emater/RS-Ascar, como parceira do Estado, apóia a campanha de vacinação, com distribuição de cartazes, orientação de produtores rurais e realização de reuniões com o objetivo de conscientizar o homem do campo quanto à importância de prevenir a aftosa através da vacina.
A vacina contra a febre aftosa pode ser retirada na Inspetoria Veterinária dos municípios ou nas sub-Prefeituras dos distritos. Ela é gratuita para os agricultores familiares que se enquadram no Pronaf e pode ser normalmente aplicada. De acordo com o delegado regional da Inspetoria Veterinária, Flávio de Vieira, o rebanho bovino e bubalino da região de Pelotas, que compreende 24 municípios, chega a 1,85 milhões de cabeças, que pertencem a 37 mil produtores rurais. “Estamos disponibilizando 370 mil doses a serem distribuídas gratuitamente aos agricultores familiares”, conta Vieira.
Segundo o gerente da Emater/RS-Ascar Regional Pelotas, Lair Corrêa, a vacinação dos animais é obrigatória e o produtor que não vacinar o rebanho está sujeito ao pagamento de multa, não comercialização dos animais e impedimento de transportá-los. “Além disso, quem não vacinar o seu rebanho põe em risco os animais vizinhos, que mesmo vacinados estão expostos a uma alta virulência e sujeitos à contaminação”, afirma Corrêa.
Uma reunião realizada entre Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Pelotas, Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural aprovou, na segunda-feira passada, a utilização dos serviços de vacinadores na colônia de Pelotas. O município de Cerrito também já acatou a resolução. O serviço do vacinador, que inclui mão-de-obra e material para aplicação, custa R$ 1,00 e pode ser requisitado nos mesmos locais de distribuição da vacina, “O custo é muito baixo e o produtor não precisa se preocupar com aparelhagem e higienização, pois essas pessoas estão habilitadas para cuidar de todos os aspectos da vacinação”, diz Corrêa.
O Rio Grande do Sul não registra casos de aftosa desde 2003, mas a vacinação é importante devido ao tempo de vida prolongado do vírus. Após cinco anos de vacinação sem a incidência de novos casos, o Estado pode requerer junto à OIE (Organização Internacional de Epizootias) o status de Estado livre de Aftosa sem vacinação. A maior parte dos estados brasileiros realiza a vacinação, exceto parte do Norte e Nordeste. Santa Catarina está livre da doença e liberada da vacinação pela OIE.
Entenda a doença
A Febre Aftosa é uma doença viral que acomete animais de casco fendido. A aftosa atinge animais domésticos, como bovinos, ovinos, bubalinos e suínos, mas também animais silvestres, como o veado e o servo. Se caracteriza por febre alta, salivação acentuada e formação de vesículas (aftas) na língua e na boca. Em alguns casos há formação de vesículas nos cascos e no ubre.
A aftosa causa prejuízos não somente pela mortalidade, mas também pela perda de peso dos animais e pelo aborto nas fêmeas prenhas. O vírus pode ser transmitido pelo ar, saliva e fezes. Não há risco de contaminação humana.
O vírus da Aftosa
Aphtae epizooticae - se instala na língua e circula por toda a corrente sangüínea, contaminando a carne e os ossos do animal. O tempo de sobrevivência do vírus no corpo varia de poucos dias a três anos, quando instalado nos ossos, e, entre outros fatores, também depende das condições ambientais.
A Febre Aftosa enquanto doença viral não tem tratamento curativo, mas pode ser prevenida através da vacinação. As vacinas distribuídas no Brasil são produzidas em laboratórios credenciados e têm eficácia comprovada pelo Ministério da Agricultura, que controla o status sanitário da doença no país.
(Diário Popular, 14/01/2008)