Centenas de pessoas realizaram neste domingo uma manifestação contra a chegada na província siciliana de Agrigento (sul da Itália) do lixo proveniente de Nápoles, que passa por uma crise pela falta de aterros sanitários.
Alguns manifestantes chegaram a bloquear várias estradas para impedir que a carga fosse depositada nos aterros da região.
Os incidentes --que acontecem depois dos registrados pelo mesmo motivo na ilha de Sardenha-- ocorreram entre as localidades de Montallegro, Siculiana e Cattolica Eraclea, no sul da Sicília.
Os manifestantes se opõem à descarga de cerca de 1.500 toneladas de lixo procedentes da região da Campânia, cuja capital é Nápoles, enviados com o objetivo de aliviar a crise deflagrada na região pelas 110 mil toneladas de lixo acumulados nas ruas de Nápoles e vilas da província.
Depois de negociar com as autoridades locais, os manifestantes desbloquearam as estradas e aceitaram que o lixo fosse depositado no aterro de Siculiana.
A Codacons --associação italiana de defesa do meio ambiente e do consumidor-- anunciou uma "ação coletiva" contra a chegada do lixo, alegando que a Sicília está sendo considerada pelo governo como "o aterro da Itália".
Na Sardenha, a polícia já deteve doze pessoas acusadas de "guerrilha urbana" por causa da chegada do lixo napolitano. Dois deles foram presos por prepararem um atentado contra o presidente da região, Renato Soru. O mandatário foi o primeiro presidente de província a se mostrar disposto a acolher o lixo da Campânia, o que causou a revolta de conservadores e grupos ambientais da Sardenha.
O premiê da Itália, Romano Prodi, pediu a solidariedade de todas as regiões e disse ser uma "vergonha" as negativas de algumas de aceitar os resíduos.
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Folha Online, 13/01/2008)