A Hidrelétrica de Cahora Bassa (HCB) retomou neste sábado o fornecimento de energia elétrica ao Zimbábue, suspenso desde 1° de janeiro devido a uma dívida acumulada de cerca de 17 milhões de euros (R$ 44 milhões).
De acordo com fonte da HCB, o restabelecimento no fornecimento de energia elétrica foi possível depois de a ZESA, empresa de produção e distribuição de energia elétrica do Zimbábue, ter pago de imediato à HCB 6,7 milhões de euros (R$ 17,4 milhões) e assumido o compromisso de saldar posteriormente o remanescente.
A administração da HCB, que desde o final de novembro do ano passado é uma empresa de capitais majoritariamente moçambicanos (Portugal mantém uma participação de apenas 15%), tinha-se já manifestado na disposição de retomar o fornecimento de energia ao Zimbábue, assim que forem pagos pelo menos 6,7 milhões de euros do total em dívida.
Julião Pondeca, diretor-adjunto do Conselho de Administração para o Desenvolvimento Estratégico e Comercial da HCB, tinha já assegurado que a HCB retomaria "a qualquer momento" o fornecimento de energia elétrica a Harare, mediante o pagamento de parte da dívida.
"Eles prometiam pagar amanhã e, chegado o dia, simplesmente afastavam a promessa para uma outra ocasião. Ao longo desse tempo, a divida ia crescendo de forma galopante", comentou Julião Pondeca.
É que, apesar de a ZESA ser um cliente "muito importante" da HCB (o segundo maior, depois da sul-africana ESKOM), o valor da dívida era já "muito elevado".
(UOL, 12/01/2008)