Sem saber exatamente o que fazer, as pessoas dão destinos variados aos produtos
Novo Hamburgo - Óleo de cozinha, pilhas, lâmpadas e vidros em geral. O que fazer com o lixo doméstico produzido diariamente? A dúvida é mais comum do que se imagina, avisa o hamburguense Cícero Link, 65 anos, morador do bairro Liberdade. Com duas garrafas plásticas cheias de óleo de cozinha e outras duas sacolas com vidros, ele começou a se questionar se a dúvida dele era a mesma da vizinhança. E acertou. Descobriu que, sem saber exatamente o que fazer, as pessoas dão destinos variados aos produtos que podem ser altamente prejudiciais ao meio ambiente.
A equipe da Diretoria de Resíduos da Secretaria Municipal de Ambiente e Planejamento Urbano (Semap), de Novo Hamburgo, no entanto, observa que o questionamento é comum, mas que leis estão previstas para orientar a população. No caso das pilhas e lâmpadas, os próprios fabricantes e comerciantes são obrigados a receber o material de volta e dar o destino correto ao volume.
“Em tese, a responsabilidade é deles sim”, pontua o diretor de resíduos de Semap, Arno Poisl. Mas, na prática, nem sempre é assim. O diretor observa que nem todos os comerciantes cumprem a lei. “Então, temos postos para pequenos depósitos na Prefeitura também”, sublinha.
Com uma sacola cheia de garrafas e vidros estilhaçados, o morador do bairro Liberdade se pergunta como deixar o material na rua, sendo que o vidro pode acabar machucando uma pessoa. “É importante que a população seja orientada”, considera o aposentado.
Neste caso, Poisl e a diretora de Recursos Naturais, Áreas Protegidas, Licenciamento e Controle da Semap, Elisângela Weber, apresentam dicas. Entre elas, repassar o material aos catadores que circulam pela cidade que fazem sua renda a partir da coleta do lixo. “Para não haver riscos, o indicado é colocar os cacos em garrafas plásticas ou em caixas de leite. Aí ninguém se corta’’, enfatiza Poisl. Contudo, de qualquer maneira, o caminhão da Prefeitura recolhe normalmente o material.
Óleo
Da mesma forma ocorre com o óleo de cozinha. A orientação é que o produto seja colocado em garrafas pet a serem recolhidas junto com o lixo comum. Existem empresas especializadas em recolher o óleo, mas este serviço é cobrado. “O melhor seria se as pessoas se unissem em seus bairros e condomínios juntassem o material e contratassem essa empresa’’, ressalta.
Embora a Prefeitura seja a responsável pelo gerenciamento e destino do lixo, os diretores apontam que o problema é de todos. Segundo eles, é uma questão de consciência social, uma mudança cultural.
(Jornal NH, 11/1/2008)