Os índices de raios ultravioletas incidentes em Rio Grande têm apresentado, diariamente, níveis altos
O fato ocorre porque um dos buracos da camada de ozônio continua situado na região sul do continente americano. Ou seja, Rio Grande e o estado do Rio Grande do Sul sofrem com a falha deste filtro natural, o que significa que toda a carga de raios UV-B, principais causadores de câncer de pele, emitida pelo sol está passando direto pela atmosfera e chegando à superfície terrestre.
Segundo a dermatologista Marina Valério, a única solução é utilizar o filtro solar, porque a preocupação não é grande, e sim enorme. "A fotoproteção deve começar desde cedo, uma vez que os danos causados pelo sol no DNA das células ficam armazenados para sempre", afirma. Marina comenta que o efeito da radiação ultravioleta é cumulativo, até os 20 anos, a pessoa recebe 80% do sol necessário para estragar a pele, e as alterações da pele podem vir a se manifestar muitos anos depois, mesmo que ela comece a se proteger quando adulto. "Daí a necessidade de ter cuidados desde cedo", ressalta.
Os mapas do índice de radiação ultravioleta fornecem uma previsão do nível máximo diário de raios UV-B esperados em um determinado local. Seis categorias de nível de risco (0-2 Mínimo, 3-4 Baixo, 5-6 Moderado, 7-9 Alto, 10-13 Muito Alto, +13 Extremo) são usadas para indicar os níveis de radiação ultravioleta que podem danificar a pele, com base em diretrizes compiladas por dermatologistas.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele é o de maior incidência (24,7%). A causa é a exposição excessiva ao sol, principalmente por quem tem a pele clara, olhos e cabelos claros, muitas pintas, história de câncer da pele na família, queimaduras anteriores pelo sol e sardas. Quanto mais destes fatores a pessoa tiver, mais susceptível ao envelhecimento ela será e maiores serão as chances de desenvolver a doença.
Se o mal não pode ser evitado, o alívio é que ele tem cura. Quando identificado no início, as chances são de 98%. Em contrapartida, 25% dos casos não detectados precocemente são fatais. Muitos deles poderiam ser prevenidos através de medidas simples de prevenção e curados, quando diagnosticados precocemente.
(Por Gabriela Torales, Jornal Agora, 11/01/2008)