O Centro de Operações do Sistema (COS) da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE GT) registrou na tarde de quinta-feira (10) um novo recorde de demanda instantânea de energia elétrica no Rio Grande do Sul. Às 14h31min, a marca chegou a 4.823 MW, com temperatura de 35,6ºC, superando a anterior em 126 MW, ocorrido exatamente há um mês atrás.
Dia 10 de dezembro do ano passado, o valor chegou a 4.697 MW, às 14h41min, quando a temperatura era de 35ºC. O consumo mensal médio de energia elétrica no Rio Grande do Sul, no ano de 2007, foi de 3.087 MW, representando um crescimento de 4,35%, em relação a 2006, quando o consumo foi de 2.958 MW.
O presidente do Grupo CEEE, Delson Luiz Martini, explica que o pico de consumo, atingido nesta quinta-feira, ainda está abaixo do limite da capacidade de suprimento do Estado, que pode suportar demandas de até 5,5 mil MW. "O sistema elétrico opera com folga, embora possamos ter, em situações especiais, algum problema localizado, enquanto todas as obras previstas pelo programa de investimentos da CEEE não estiverem integralmente concluídas", diz Martini.
O presidente do Grupo CEEE acrescenta que se torna cada vez mais urgente a realização da nova Linha de Transmissão Campos Novo-Santa Rita, de 525 kV. "Isso trará um alívio ao sistema de abastecimento do Rio Grande do Sul para os próximos anos", diz Martini, que também é membro do Conselho de Administração do Operador Nacional do Sistema (ONS). O dirigente voltou a reafirmar que mesmo não havendo risco de racionamento, o cenário de alta do consumo e elevação da temperatura inspira cuidados.
O presidente do Grupo CEEE relata, ainda, que o consumo residencial, que é responsável por 53% do total da energia elétrica consumida pelo Estado, apresentou crescimento de 7,4% em 2007 comparado ao ano anterior, demonstrando uma mudança do comportamento das famílias gaúchas. "Estamos retornando aos hábitos de consumo anteriores ao racionamento", argumenta Martini. A diferença, segundo ele, é que, com a queda dos preços dos aparelhos de ar-condicionado e dos eletroeletrônicos, em função da desvalorização do dólar, somado às facilidades do crédito e ao aumento do poder aquisitivo das famílias gaúchas pelo crescimento de 7% da economia do Rio Grande do Sul, esses equipamentos vêm ganhando maior ênfase no consumo das famílias.
(JC-RS, 11/01/2008)