O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, apresentou nesta quinta-feira (10/01) novas medidas preventivas para garantir a normalidade do abastecimento de energia em 2008 e 2009. O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida após a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
Segundo o ministro, o governo vai despachar, de imediato, o funcionamento de seis usinas térmicas a óleo no Sudeste, que somam 800 megawatts. A medida visa a não comprometer os reservatórios da região, em virtude das transferências de energia que estão sendo feitas para o Nordeste.
O governo já determinou, até o momento, o funcionamento de 31 usinas térmicas (25 a gás e seis a óleo) para compensar o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas em virtude da falta de chuvas.
Hubner disse ainda que, na segunda semana de fevereiro, entrará em operação um gasoduto no Espírito Santo que permitirá o fornecimento de 5 milhões de metros cúbicos diários de gás para o Rio de Janeiro. Segundo o ministro, a Petrobras também se comprometeu a apresentar, até terça-feira (15/01), condições para o remanejamento do gás usado em consumo próprio para as térmicas, se essa medida se mostrar necessária mais à frente.
Um dos participantes da coletiva, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, descartou o risco de racionamento. “Hoje felizmente não precisamos restringir o consumo da população brasileira”, destacou.
Tolmasquim ressaltou ainda que o uso de usinas termelétricas pretende exatamente assegurar a continuidade do fornecimento de energia. “Seria de estranhar que as térmicas ficassem a vida inteira paradas”, alegou.
Os dados mais recentes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que o nível de água nos reservatórios do Nordeste, no último dia 7, era de 27,04%, enquanto nos do Sudeste e Centro-Oeste, o índice estava em 44,73%. No ano passado, os lagos das usinas estavam com 60,2% da capacidade no Sudeste e Centro-Oeste e com 65,4% no Nordeste.
(Por Marco Antônio Soalheiro e Ana Luiza Zenker, Agência Brasil, 10/01/2008)