O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, admitiu nesta quinta-feira (10/01) ser “complicada” a situação atual dos reservatórios de água no país, mas ressaltou que a atual estrutura do setor elétrico brasileiro é “extremamente” distinta da de 2001, quando ocorreu o "apagão" energético.
Naquele ano, de acordo com Tolmasquim, a energia que sobrava no Sul do Brasil não tinha como ser transportada para o Sudeste por falta de linhas de transmissão. Uma situação que, segundo ele, já foi superada.
“Dobramos a capacidade de transmissão do Sul para o Sudeste, aumentou em duas vezes e meia capacidade de transmissão do Sudeste para o Nordeste e, em abril, termina a linha Norte-Sul 3, um obra imensa que amplia bastante a conexão”, destacou.
Outro aspecto apontado como diferencial pelo presidente da EPE é a existência de um parque de termelétricas consolidado, com cerca de 4 mil megawatts, ainda não utilizados, e prontos para entrar em operação.
“Hoje, felizmente, não precisamos restringir o consumo da população brasileira. Já temos medidas de oferta para enfrentar o fato de termos [índices de] chuvas piores.”
Para Tolmasquim, o funcionamento das térmicas não deve ser visto como um problema, mas sim, como um “sinal de saúde” do sistema elétrico.
“Elas [termelétricas] existem e são pagas pelo consumidor e pelo sistema justamente para serem colocadas em operação no momento em que chove menos. Seria de estranhar termelétricas que ficassem a vida inteira paradas. Seriam monumentos à burrice.”
O governo já determinou, até o momento, o funcionamento de 31 usinas térmicas (25 a gás e seis a óleo) para compensar o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas em virtude da falta de chuvas.
(Por Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 10/01/2008)